CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 18 de julho de 2012

1 352 - Mortos em Luanda e em Quivuenga, bem perto do Quitexe

A viatura alvo da mina anti-carro, perto da Fazenda 
de Santa Leocádia, de que resultou um morto e 6 feridos

A partir de 17 de Julho de 1974, o BCAV. 8423 assumiu a responsabilidade operacional de Luísa Maria (fazenda onde durante meses estiveram grupos de combate da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa) e de Vista Alegre. No dia seguinte, foi a vez da 1ª. Companhia de Artilharia do Batalhão de Artilharia 6322, do COTI 2 - esta a operar na área dos «quartéis» de Camabatela e Quiculungo.
Os Cavaleiros do Norte tinham o Sub-Sector do Uíge como Zona de Acção (ZA) e tal movimentação militar, completou «o esforço operacional do Subsector, em procurar actuar sobre os refúgios», do IN. Fosse lá pelo que fosse, esta 1ª. CART «foi retirada ao Subsector a 28 de Julho» - apenas dez dias depois. O Livro da Unidade não explica porquê.
Luanda já então fervia de incidentes. A situação era tensa e tais «macas», a 15 de Julho, uma segunda-feira, resultaram em 12 mortos e 60 feridos. A 16 de Julho, o dia seguinte, registaram-se mais16 mortes e 63 feridos. A 19, hoje de completam 38 anos, mais três mortos e sabe-se lá quantos mais e mais feridos. Nem todos terão sido registados pelas autoridades, que gradualmente iam perdendo o controlo dos acontecimentos. Neste mesmo dia, o general Silvino Silvério Marques, governador-geral de Angola, foi chamado a Lisboa, devido à forte contestação das estruturas do MFA local e aos graves confrontos dos últimos dias.
Era acusado de estar implicado num golpe de Estado na colónia para a proclamação de uma «independência branca». Viria a ser exonerado, no dia 22 de Julho - dia em que, em Luanda, se realizou uma Assembleia Geral do MFA de Angola e o major Pedro Pezarat Correia acusou oficiosamente os capitães José Clementino Pais e Pedro Caçorino Dias e os alferes miliciano Alfredo Marques Aparício e Nuno Cardoso da Silva de organizarem células de sabotagem e contra-resistência.
A 20, mais dois mortos na capital angolana. Já a 23, a Junta de Salvação Nacional resolveu criar uma Junta Governativa de Angola, que viria a ser liderada pelo vice-almirante António Rosa Coutinho, acumulando o cargo com o de Comandante-Chefe das Forças Armadas. No terreno e bem perto de nós, nesse mesmo dia 23 e em Quivuenga-Senguele, o Exército Português sofreu um morto (da incorporação local) e 6 feridos, em ataques da FNLA, em resultado de uma mina anti-carro, perto da fazenda de Santa Leocádia. Eram do BCAÇ. 5015.
Como se vê, não ia fácil a vida da tropa portuguesa por terras de Angola. Em Carmona, a cidade mais próxima e capital do Uíge, a situação levou à mobilização de um grupo de combate da 2ª. CCAV., a de Aldeia Viçosa, para patrulhamentos na área suburbana da cidade.
Vida fácil? Ai, ai, vida fácil!!!...

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