CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 23 de julho de 2012

1 357 - Estamos ainda em revolução! Julho de 1975!!!

Comando da Zona Militar Norte e do Sector do Uíge (1975)

A 23 de Julho de 1975, hoje se completam 37 anos, o edifício da (então já extinta) Zona Militar Norte (ZMN) - depois Comando do Sector do Uíge (CSU) - foi palco de duas importantes reuniões. Uma, com os comandos da FNLA; outra, com elementos do GG/RMA, para preparar a evacuação do batalhão.
Os dois impedimentos de saída dos MVL, dias antes - a 13 e 21 de Julho - estiveram no «plano de operações» (chamemos-lhe assim) do encontro com os dirigentes da FNLA, que desde há dias pretendiam as armas que o BC12 aquartelava e, em particular, as que tinham sido da PIDE/DGS. Tal exigência, criou grandes constrangimento entre o pessoal militar (os Cavaleiros do Norte) até porque, por esses dias (já de 15 de Julho), passou a ideia de que o comandante Almeida e Brito iria ceder a essa pressão - o que não viria a acontecer.
No terreno, nas ruas da cidade, mantinha-se o clima de tensão, avolumado pelos dois impedimentos de saída das colunas militares. A FNLA, armada e dona da guerra uíjana, tudo fazia para vingar as derrotas de Luanda, Salazar e outras localidades do chão angolano. Eram vulgares os insultos da comunidade civil à militar e tudo era motivo para um plenário, um comício de rua, uma arruaça. Multiplicavam-se os assaltos a casas e a civis europeus. As nuvens de insegurança matavam esperanças e levedavam medos. 
Lisboa não mandava notícias melhores: o PS abandonou o Governo e uma semana depois (a 17 de Julho) o PPD (actual PSD) fez o mesmo. Fervia o Verão Quente desse ano. O momento era extremamente confuso, numa altura em que não sabíamos, mas a revolução procurava-se a si mesma, ao fim de 15 meses - com manifestações de violência, incêndios nas ruas e mini-vanguardas políticas a quererem lavrar o seu caminho. Que queriam fazer caminho para o país.
«Estamos ainda em revolução, ou ainda agora a revolução começa...», escrevia-me, da Europa, o amigo Armor Pires Mota.  
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