CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

2 242 - MPLA «dono» de Luanda e família em Nova Lisboa

Serra Mendes e Teixeira, o estofador (atrás), Monteiro (Gasolinas), Gaiteiro e Malheiro (sentados), Canhoto (com arma na mão) e Pereira (ao lado), Cavaleiros do Norte há 39 anos. Em baixo, Viegas (segundo a contar da direita), com parte da Família Neves Polido: Saudade, Fátima, Idalina (de azul), Valter (à direita) e Rafael (de joelhos) em Nova Lisboa, Abril de 1975 



A situação de unidade de reserva pouco «trabalho» deu aos Cavaleiros do Norte, no mês e dias passados em Luanda, aquartelados no Campo Militar do Grafanil. A memória não me andará errada se disser que a única intervenção relevante foi a de 9 de Agosto de 1975, no Bairro do Saneamento.
Havia os serviços de ordem (a que ninguém escapou) e o resto do tempo era passado com «fugidas» a Luanda, ora de noite (para as praias e esplanadas), ora de noite - tempo que se procuravam os prazeres da vida, «catados» no 8, no 23 e no 24, no Bairro Marçal, ou no Operário, ou, mais selectamente, nos clubes nocturnos.
Estranhamente, numa cidade envolta em guerra e tirando os períodos de recolher obrigatório (sempre furados), a vida nocturna era intensa e, naturalmente, muito procurada pela... tropa.  
A 13 de Agosto de 1975, o MPLA controlava a cidade - de onde tinham saídos (corridas) as forças da UNITA e da FNLA. Esta, constava-se, acantonou-se à volta da cidade, para «forçar o MPLA a fazer concessões políticas». Mas a retirada destas tropas, neste campo - o político - «marcou o colapso do Governo de Angola, tripartido, que deveria conduzir o país até à independência, marcada para o próximo dia 11 de Novembro».
Na véspera, tinha-se iniciado a evacuação de portugueses, de Nova Lisboa, em voos da TAP e numa média de 700 por dia. Era em Nova Lisboa que estavam família e conterrâneos meus: minha madrinha Isolina e filha Cecília (marido e 4 filhos), os irmãos Manuel, Abílio e José Viegas, os também irmãos Sérgio e Ivone Viegas, ainda Orlando Rino, Arnaldo Figueiredo e Óscar Miranda - e respectivas famílias.
Foi por um destes dias de Agosto de 1975, através de um programa da Emissora Oficial de Angola, que procurei (sem conseguir) saber notícias deles. A imprensa do dia dava conta que havia cerca de 30 000 refugiados na cidade e que começava a verificar-se «uma certa tensão», devido a alterações no programa de evacuações. 
Os militares do MPLA (ali derrotados) «iam ser evacuados», segundo uma nota da 5ª. Divisão do Estado Maior General das Forças Armadas em Angola - que também referia «problemas nas Companhias Integradas». E frisava que «já houve deserções e verificou-se, inclusivamente, um roubo de dinheiro».

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