Cavaleiros do Norte. Monteiro (à esquerda), Machado (sublinhado a branco), Costa (Morteiros) e
Lages. Atrás. Rocha (a amarelo), Fonseca, Bento, Viegas, Belo e Ribeiro. Em baixo, o navio «Niassa»
A «ordem» foi do capitão Oliveira e lá fomos, por mais de uma vez e tendo de «enfrentar» a hostilidade dos homens do MPLA, que por lá erguiam armas e sensibilizavam os estivadores para fazerem greves. Como se sabe, acabámos por viajar de avião, no mesmo dia 8 de Setembro.
O ambiente na capital angola continuava «pesado e o dia 28 de Agosto (dia de anos do furriel Machado) foi alarmado com a notícia do fuzilamento de 6 homens do MPLA, por ordem do mesmo MPLA, depois de um julgamento sumário, na véspera, em tribunal popular realizado no bairro do Sambizanga.
O directório do partido de Agostinho Neto tinha sido radical: os seus homens eram «acusados de violarem, roubarem e assassinarem 11 pessoas». A imprensa do dia dava conta que «o tribunal popular pronunciou-se contra os réus, que foram fuzilados de público».
O MPLA, em comunicado desse dia, frisava que os seus militantes tinham de «cumprir, integral e conscientemente as disposições contidas nas leis de disciplina das FAPLA» (o seu braço armado) e «reafirma, mais uma vez, que toda a infracção a esse lei, será punida com a justiça e com a rigidez que ela permite e que a gravidade do caso impuser». A morte, por fuzilamento, neste caso.
Assim iam os dias de Angola, há 39 anos - altura em que o mesmo MPLA denunciou a invasão do sul, por tropas sul-africanas. Teriam entrado a partir da Namíbia e destruído a povoação fronteiriça de Santa Clara. A nota do partido/movimento de Agostinho Neto dava conta que já tinham passado Namacunde, em direcção a Chieve e, a 27 de Agosto de 1975, «ameaçando Pereira d´Eça, capital do Cunene, distrito controlado pelo MPLA».
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