Quitexe, a Casa dos Furriéis,. Quantas vezes no sentámos neste varandim. A janela da
esquerda era a do quarto do Pires (de Bragança) e do Rocha, O da direita, foi do Mosteias e do
Pires (do Montijo), A cada da esquerda. com a cobertura, era a da messe de oficiais.
Em baixo, o Viegas sentado à entrada da Igreja de Santa Mãe de Deus do Quitexe
A 8 de Dezembro de 1974, por razões pessoais de que adiante falarei, passei largo tempo na Igreja de Santa Mãe de Deis do Quitexe. A foto não é do dia, mas mostra as placas de mármores com os nomes de dezenas (centenas?) de mortos dos incidentes do início da guerra colonial, em Março de 1961.
O dia era de feriado nacional, como hoje, mas mal se sentia isso pelo Quitexe, para além da missa celebrada pelo padre Albino Capela, que por lá sacerdotava na missão mesmo ao lado.
A tarde, teve futebol no campo do Quitexe.
Preparava-se a chegada da 3ª. CCAV. 8423 e adaptavam-se as instalações para a centena e meia de homens que, literalmente de armas e bagagens, se iam mudar de Santa Isabel para o Quitexe. A maior parte dos furriéis milicianos ficou na casa dos ditos (ver imagem, em cima) - de onde, por razões diferentes, tinha saído o Machado e o Dias, o Mosteias e o Pires (do Montijo), o Monteiro, o Lopes e o Morais, o Fonseca, o Bento, o Cruz, o Farinha. Uns, em outros espaços militares, mas a maioria em casas alugadas na vila. Por lá, no «Paço do Furriéis», resistiam o Pires (de Bragança, o Rocha (no mesmo quarto), o Viegas e o Neto (idem, a certa altura com o Peixoto, de Braga), o Abrantes e o Miguel, que por lá estiveram algum tempo, assim como um angolano, cujo nome se me varreu da memória. Era lá, também, que se instalavam os furriéis que, vindos das companhias operacionais, faziam um mês de destacamento na CCS.
A 8 de Dezembro, o que fiz na Igreja de Santa Mãe de Deus do Quitexe, não foi nada de especial: participei na missa, fiquei recolhido algum tempo (depois) e regressei ao quarto e esperei pelo correio que o Tomaz tinha ido buscar ao SPM Carmona. Era o dia de chegar o jornal da terra, sempre muito aguardado, e algum correio. Eu recebia muito correio!
Dava conta, o jornal, do centenário de Egas Moniz, da morte do engº. Mário Pato, falava da (futura) Assembleia Constituinte e do aumento do imposto automóvel, de comícios do PCP, do PPD (agora PSD), do CDS, do MDP/CDE, do PPM e das aldeias que, ainda hoje, são o meu chão de todos os dias. Nem imaginam o gosto que era ler todas aquelas notícias. Que hoje reli, 40 anos depois. Foi uma bondade do destino, que me emocionou, acreditem!
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