CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

2 964 - A chegada dos movimentos e as idas às sanzalas


Capitão Oliveira e alferes Cruz, Ribeiro e Garcia, furriel Viegas e alferes Simões, 
na aldeia po Canzenza. Em baixo, a delegação da FNLA, com o 1º. cabo Deus (3ª. CCAV.) na frente





 Os dias de Dezembro de há 40 anos, ano da graça de 1974, lá se iam passando, com mais ou menos tranquilidade. Foi por este tempo, em dia indeterminado, que abriram as secretarias do MPLA e da FNLA no Quitexe - depois das respectivas delegações em Carmona, a capital da província do Uíge.
Julgo que tambem em Aldeia Viçosa (terra da 2ª. CCAV. 8423) e em Vista Alegre (onde aquartelava a 1ª. CCAV. 843). Aqui, de certeza, como se lê no Livro da Unidade.
Os aquartelamentos  de Zalala e Luíza Maria iam sendo tomados pelas gentes dos movimentos. «Abandonados que formam pelas NT, começou a verificar-se uma aproximação dos referidos movimentos, nomeadamente aos povos já há tempo fixados, na sua maiora com incidência da FNLA, mas também em algums casos do MPLA», refere o Livro da Unidade.
Vem a propósito lembrar os nomes das aldeias (sanzalas) à volta do Quitexe, por onde jornadearam os Cavaleiros do Norte da CCS, mais por umas que por outras: Canzenza (onde deu aulas a dra. Graciete, esposa do alferes José Leonel Hermida, e julgo que também a filha do capitão Oliveira), Aldeia, Tabi e, na picada para Cabamatela, ainda a Caunda, Quimucana e Catulo, podendo esquecer-nos outras. Para o lado de Aldeia Viçosa, à beira da estrada do café, a Quimbinda, Taiela e Dambi Angola (onde, a 4 de Novembro de 1974, nos encontrámos com combatehtes da FNLA). Para o lado de Zalala,  as de Ambuíla, Bumbe, Cacuaco e Mungage. Para o de Carmona, a do Talabanza (muito visitada pela tropa, por razões de afecto físico), a Qual, Quimassabi e Quitoque.
Foi nesta, numa das primeiras saídas do PELREC, apeadas, que pela primeira vez vimos uma mulher negra, com o filho traçado nas costas, debruçada na água de uma pequena ribeira e a lavar os dentes com um pau, a esfregá-los. E uma outra, bem mais idosa, de pele e osso e peitos caídos, enxutos, a fumar ervas secas, embrulhadas em papel e com a parte acesa para dentro da boca.
Eram coisas que nos surpreendiam!  

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