Hotel Penina, no Alvor (Algarve), onde decorreu a Cimeira Angolana.
Diário de Lisboa, primeira página de 9 de Janeiro de 1985
A 9 de Janeiro de 1975, uma quinta-feira, era véspera da cimeira entre os três movimentos de libertação de Angola e o Governo Português. Seria no Alvor, no Hotel Penina - entretanto esvaziado de todos os clientes lá instalados, mudados para outras unidades hoteleiras.
Ao Alvor, ainda não tinham chegado qualquer dos líderes dos três movimentos, mas sabia-se que a cimeira seria inaugurada pelo Presidente da República, General Costa Gomes, e que a delegação portuguesa, anunciava o Diário de Lisboa, seria chefiada peo major Melo Antmes, ministro sem pasta - com os ministros Mário Soares (Negócios Estrangeiros) e Almeida Santos (Coordenação Interterritorial), para além do almirante Rosa Coutinho (Alto Comissário) e o Secretário de Estado da Administração Interna de Angola (o coronel Gonçalves Ribeiro).
A 9 de Janeiro de 1975, ainda nenhum dos três líderes emancipalistas tinha chegado a Portugal e eram esperados em Faro. O Estado Português tinha destacado três diplomatas para receber os presidentes dos três movimemtos: Miguel Sanches Baena seria o anfitrião da UNITA, Silveira Carvalho da FNLA e António Valente do MPLA. Assegurariam, enquanto elementos do protocolo de Estado, «os contactos com cada uma das delegações».
As entradas no Hotel Penina (onde, por coincidência, trabalhava, ao tempo, a namorada e futura mulher do Cabrita, soldado da CCS dos Cavaleiros do Norte), estavam «rigorosamente condicionadas a cartões timbrados pelo Estado Maior General das Forças Armadas». Os verdes, identificavam os elementos dos movimentos de libertação; os vermelhos, os membros da segurança; os amarelos, eram para «os elementos de apoio».
As vias de acesso ao aeroporto de Faro tinham segurança garantida das Forças Armadas (Infantaria 4, de Faro), PSP e GNR. A PSP, comandada pelo chefe de Esquadra Viegas, guardava o aeroporto. Há 40 anos!
Sem comentários:
Enviar um comentário