CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 3 de abril de 2016

3 355 - Apoio ao MPLA, tiros em Luanda e calma nos Dembos

A vila do Quitexe, vista da torre da Igreja de santa Maria de Deus, em 
foto de José Manuel Gonçalves. Aqui à esquerda, vêem-se as instalações 
militares. Ao cimo (junto ao badalo), vê-se a administração civil

Oficiais dos Cavaleiros do Norte na Aldeia
do Cazenza: capitão António Martins
Oliveira (comandante da CCS e alfe-
res milicianos António Albano Cruz,
Jaime Ribeiro e António Manuel
Garcia (falecido a 2 de Novembro de
1979). Ao fundo e em destaque,
a Igreja do Quitexe

A primeira terça-feira de Abril de 1985 foi tempo de, através da imprensa, se saber em Luanda que «as Forças Armadas Portuguesas começaram já a prestar ao MPLA a mesma assistência militar que estavam a conceder aos outros dois movimentos de libertação» - a FNLA e a UNITA. Era dia 3 (não era dia 1 de Abril...) e a decisão decorrera das negociações que, em  Lisboa, o presidente Agostinho Neto (do MPLA) tivera com Costa Gomes (o Presidente da República), o almirante Rosa Coutinho (antigo alto-comissário e agora membro do Conselho de Revolução) e o 1º. ministro Vasco Gonçalves.
Os Cavaleiros do Norte Cruz e Viegas, furriéis milicianos da CCS do Batalhão de Cavalaria 8423, estavam por Luanda, em descansadas férias mas atentos ao dia-a-aia. Não lhes escapou, por isso, o sempre ameaçador «som» das rajadas de metralhadoras que a noite anterior deixou ouvir, vindas do Cazenza - onde «forças do MPLA e da FNLA trocaram tiros». 
O Diário de Lisboa dessa tarde dá conta de «novas confrontações violentas na capital angolana» e recorda(va), por outro lado, «as duas centenas de mortos, muitos feridos e estropiados e inúmeros desaparecidos» da últimas semana. Nessa altura, ainda segundo o DL de 3 de Abril de 1975, «cerca da meia noite, do interior de uma viatura não identificada, partiram rajadas de metralhadora conta a delegação do MPLA do mesmo bairro» - o Cazenza.
Novidade maior, e melhor, era a de que tinha sido concluída «a troca de prisioneiros capturados pelos dois movimentos, durante os incidentes da semana passada». Os do MPLA, segundo os seus dirigentes, «apresentavam-se muito mal tratados».
Notícia do Diário de Lisboa de 3 de Abril
de 1975, sobre o apoio das Forças Armadas
Portuguesas ao MPLA
Mais para a norte, nos Dembos, mas ainda distantes de Carmona (ou de Vista Alegre e Aldeia Viçosa e já não tanto de Ponte do Dange), na região dos Dembos, «as confrontações violentas terminaram, e o ambiente é normal, tal como no Piri, onde não chegou a haver tiros».
Muito menos no (nosso saudoso...) Uíge, onde os Cavaleiros do Norte, determinados e garbosos, continuavam a sua missão de segurança de pessoas e bens. Ainda que muito incompreendidos e injustamente criticados pela comunidade civil branca europeia.

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