CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 14 de abril de 2016

3 366 - Reforço militar de Carmona e OUA/ONU em Luanda!!!

O ex-capitão Tojal Meneses, comandante da 1ª. CCAÇ. 5015, em 2012, 
com o ex-furriel Américo Rodrigues, da ª. CCAV. 8423, em Vila Nova de Famalicão

Grupo de militares do BCAÇ. 5015, aquartelado
no Songo e do qual, a 14 de Abril de 1975, saiu um
Grupo de Combate para reforçar os Cavaleiros
do Norte, ao tempo em Carmona

Aos 14 dias de Abril de 1975, a guarnição dos Cavaleiros do Norte, em Carmona, foi «temporariamente reforçada» com um Grupo de Combate do BCAÇ. 5015, cuja 1ª. Companhia estava instalada em Chimacongo, passando por Lucunga e Songo. O objectivo da rotação deste grupo do Songo era claro: «(..) cumprir a intensa actividade de patrulhamentos mistos», que vinham a assoberbar as NT. 
A casa do tio Joaquim Viegas, que a lenda
familiar diz ter sido uma das primeiras (a primeira?)
de 1º. andar construída em Nova Lisboa
«(...) Os incidentes de Luanda e Salazar vieram de ressaca até Carmona, dando origem a que houvesse que fazer intervenção a conflitos diversos, o mais grave deles em 13 de Abril, na própria cidade, aquando uma acção de fogo entre o MPLA e a FNLA, através de elementos das suas forças militares», relata o Livro da Unidade. O incidente é o mesmo que aqui ontem historiado e que originou o louvor do alferes miliciano Meneses Alves.
O furriel Viegas em férias civis.
Há precisamente 41 anos,num jardim
da cidade de Nova Lisboa
Eu e o Cruz continuávamos por Nova Lisboa, eu ao tempo muito empenhado em conhecer a casa de tio Joaquim Viegas, que a «lenda» familiar apontava como um das primeiras de Nova Lisboa, com 1º. andar. Não espantaria: foi construída em 1939 e a cidade fundada em 1912. Cicerone foi o primo Manuel Viegas (dele sobrinho directo e direito primo de meu falecido pai), que nos levou ao bairro e apontou a casa - que já não era da família.
Luanda, a capital angolana, recebia uma delegação da OUA e da ONU, formada por 4 elementos e ali deslocada especialmente para, segundo o Diário de Lisboa desse dia, «estudar o panorama político de Angola, onde as lutas entre ao MPLA e a FNLA ameaça pôr em risco a passagem pacífica para a independência». Mas a da ONU, após protesto do MPLA, assegurou que não teria interferência na actividade política. Iriam, durante 10 dias, «estudar as necessidades do país no campo social e económico».
O MPLA, ao tempo, também se opunha ao envio, para Angola, de uma missão da OUA e da ONU para investigar as confrontações armadas ocorridas na cidade. Lúcio Lara, alto dirigente do movimento/partido e chefe da Delegação em Luanda, afirmou mesmo, numa conferência de imprensa, que tal interferência era contrária aos interesses nacionais.
O dia era segunda-feira e chegavam  notícias do «puto» (como por lá era popularmente designado o Portugal europeu): decorria a campanha eleitoral (para a Constituinte, com eleições marcadas para o dia 25 de Abril) e, a duas jornadas do fina do campeonato, Benfica e Sporting (tal qual hoje) disputavam o título de campeão da 1ª. divisão de futebol - a 1ª. Liga de hoje. Era o tempo dos dois pontos por vitória e os benfiquistas tinham 46, contra os 42 dos leões. Bastava-lhe um ponto para ser campeão, tendo de ir a Alvalade na jornada seguinte. Depois, FC Porto (40), Boavista e Guimarães (36) , Belenenses (30), Leixões (29), Farense, CUF e Setúbal (25), Atlético (24), União de Tomar (21), Académico/a e Oriental (19), Olhanense (15) e Sp. Espinho (14).
- BCAÇ. 5015: ver AQUI e AQUI

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