CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 1 de abril de 2016

3 353 - Férias em Luanda e FNLA «barrada» no Ambriz pelas NT!

A cidade e a baía de Luanda vistas da Fortaleza, nos idos 
anos 70 do século XX, ao tempo da colonização portuguesa

O furriel Viegas de férias em Luanda, há
41 anos e com o conterrâneo Albano
Resende, na Restinga (ilha de Luanda)

Ao dia 1 de Abril de 1975 - Dia das Mentiras!!!... - Luanda acordou com as acusações da FNLA às Forças Armadas Portuguesas que, perto do Ambriz, impediram o avanço de uma sua coluna sobre a capital angolana. «Foram as FAP o suporte, durante 48 anos, do fascismo em Portugal e de 14 anos de guerra das colónias portuguesas», lia-se no jornal «Liberdade e Terra», órgão oficial do movimento de Holden Roberto.
Mais, o ataque à imprensa portuguesa (a do continente): «Insidiosa campanha contra a a FNLA», titulava o jornal, a  toda a largura da primeira página. A última era ocupada, integralmente, com outro título: «Imperialismo manobra | Imprensa portuguesa contra a FNLA». Com artigos a culminar, referia o Diário de Lisboa desse dia 1 de Abril de há 41 anos, «ameaças aos jornalistas e exigindo a sua expulsão» e garantindo que «não permitiremos mais tempo que esses manipuladores, esses agitadores da opinião pública, continuem aqui, na nossa pátria, prosseguindo a nefasta tarefa de que vieram incumbidos». E, por outro lado, exigindo que «seja proibida a circulação de jornais portugueses que insistam nos ataques tendenciosos, nas imagens deturpadas, na calúnia miserável do nosso movimento e do seu glorioso braço armado, o ELNA».
O Diário de Lisboa de 1 de Abril de
1975 noticiava as acusações da FNLA
às Forças Armadas Portuguesas
O ataque do «Liberdade e Terra» era extensivo a Rosa Coutinho, à ANI e jornalistas (no geral), ao ministro da Comunicação Social (comandante Correia Jesuíno), Governo de Transição e Alto-Comissário (Silva Cardoso), comandante das Forças Armadas, à Lei de Imprensa, ao PCP e «declaradamente ao MPLA».
O dia, lá por Luanda - onde eu e o Cruz espreguiçávamos as nossas férias!!!... -, parecia mais calmo que os anteriores. O tiroteio da véspera, na Avenida do Brasil, afinal não passara de «um pequeno incidente» e, reportava o Diário de Lisboa desse dia, «esta manhã, crianças e jovens brancos dirigiam-se calmamente para as escolas e liceus». Mas, nessa mesma manhã de há 41 anos, foi preso Adalberto Vieira Lopes, desenhador da Câmara Municipal de Luanda e militante do MPLA. Por elementos armados do ELNA - o Exército Nacional de Libertação de Angola, braço armado da FNLA. O mesmo ELNA que, na véspera, já detivera Couto Cabral, director dos Serviços de Informação, levado para a sede da FNLA, «onde esteve durante hora e meia».
Eu e o Cruz, saídos do Katekero, matabichámos calmamente na Portugália e demos uma saltada às praias da ilha, onde regaladamente almoçámos e, pelo fim da tarde, nos reunimos com o Alberto Ferreira, para, juntos, cobiçar os prazeres da noite de Luanda.



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