CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 15 de abril de 2016

3 367 - Santa Isabel em Carmona e negociações em Luanda

A Fazenda Santa Isabel, onde, entre 11 de Junho de 10 de Dezembro de 
1974, esteve aquartelada a 3ª. CCAV. 8423, dos Cavaleiros do Norte e 
comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes

O furriel Viegas num momento de lazer,
nas férias de há precisamente 41 anos, em
Nova Lisboa (Angola)

Um grupo de combate da 3ª. CCAV. 8423 reforçou a guarnição de Carmona no dia 15 (para 16) de Abril de 1975, ainda eu e o António Cruz andávamos a laurear o queijo pela zona de Nova Lisboa, no planalto huambano e gozando o segundo mês de férias da nossa jornada africana de Angola.
A 3ª. Companhia de Cavalaria dos Cavaleiros do Norte era comandada pelo capitão miliciano José Paulo Fernandes e, recordemos, estava aquartelada no (saudoso) Quitexe - desde 10 de Dezembro de 1974, depois de, desde 11 de Junho deste mesmo mesmo ano, ter estado na Fazenda Santa Isabel. 
Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de
Santa Isabel: os furriéis milicianos Agostinho
Belo, Ângelo Rabiço, José Querido, Vitor Guedes
(falecido a 16//04/1998) e António Fernandes
O objectivo da rotação tinha a ver, segundo se lê no Livro da Unidade, com o reforço das NT na cidade e porque «pretendendo-se ao mesmo tempo realizar patrulhamentos de longo curso, chamemos-lhe assim, não se podia deixar a cidade de Carmona inactiva».
Ao tempo, recordemos, os Cavaleiros do Norte, no âmbito do seu intenso plano operacional, realizavam «intensa actividade de patrulhamentos mistos» e, por isso mesmo, «houve que reforçar temporariamente o BCAV. 8423», que, na véspera, já tinha recebido um grupo de combate do BCAÇ. 5015. Ia assim o processo descolonizador, com estas dúvidas e este anátemas!
Luanda era cenário de negociações entre os três movimentos e expectava-se a recolha de armas e desarme de civis (os considerados agitadores), tarefa que se afigurava muito difícil. Por exemplo, como recolher armas em posse desconhecida (ou nem tanto...) em bairros (os suburbanos) com 30 000, ou 40 000, ou 60 000 pessoas, nem se sabia?! Em posse de pessoas que, invocando a auto-defesa - ou qualquer outro motivo... -, dificilmente entenderiam que só a tropa portuguesa e as dos movimentos, ou as Forças Militares Mistas (FMM) poderiam andar armadas. Iriam entregá-las, ficando sem defesa própria?!


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