CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 1 de maio de 2016

3 383 - Dias de Carmona e do BC12, depois de Luanda...

O furriel António José Cruz (terceiro a contar da esquerda) de serviço 
no BC12. Reconhecem-se o alferes António Albano Cruz (à frente), o 
furriel Domingos Peixoto (à direita) e 1º. sargento José Luzia (atrás)

Cavaleiros do Norte de Zalala: os furriéis
milicianos José António Nascimento e Manuel
Dinis Dias (falecido a 20 de Outubro de 2011,
em Lisboa, por doença)

O 1 de Maio de 1975 não «parou» os incidentes da cidade de Luanda, onde se mantinha o recolher obrigatório e, segundo o Diário de Lisboa do dia seguinte, se mantinha «um clima de tensão, embora o tiroteio tenha terminado durante a tarde» desse mesmo dia (o 1).
«Uma multidão de residentes nos bairros mais atingidos pela luta, na sua maioria brancos, mas incluindo alguns negros, dirigiu-se ao Palácio do Governador para protestar contra a destruição das suas casas», reportava o jornal vespertino de Lisboa, referindo-se à tarde de 1 de Maio.
Carmona, a capital do Uíge - aonde chegáramos na véspera (eu e o Cruz), depois da falsa saída de Luanda, no avião que teve de voltar à pista, ao fim da tarde de 29 de Abril -, Carmona estava minimamente calma, se bem que continuassem incidentes entre combatentes/militares da FNLA e do MPLA.
«Isto não está grande coisa..., mas vai-se aguentando», contou o Francisco Neto, reportando algumas das situações mais complicadas dos últimos 30 dias. «Os gajos não se entendem, temos de os controlar, nem sempre aceitam o nosso papel, que não é fácil...», acrescentou o furriel miliciano «Ranger», meu conterrâneo (de Águeda) e companheiro da jornada militar africana, desde a instrução de Operações Especiais, em Lamego. 
Era 6ª.-feira e, inevitavelmente depois da apresentação, eu e o Cruz iríamos entrar de serviço e antevia eu que não escaparia e não escapei) a patrulhamento na cidade, das 8 horas de sábado às 8 horas da manhã de domingo - que era tempo de normal maior agitação na cidade! 
A Ordem de Serviço com a apresentação
dos 1ºs. cabos operadores-criptos João Estrela e
António Carlos Medeiros (falecido a 10 de Abril
de 2003, por doença e no Porto
As patrulhas eram mistas, com militares portugueses (e por eles comandadas) e ex-combatentes da FNLA e do MPLA, o que só complicava a situação. «Desconfiam uns dos outros e ambos desconfiam de nós...», disse o Neto. E ele sabia do que falava, pela experiência do seu último mês de jornada em Carmona, a partir do BC12. 
Hoje, e reportando-nos a 14 de Março de 1974 e à Ordem de Serviço nº. 61 do RC4, damos conta da chegada de dois 1ºs. cabos ao BCAV. 8423: João Francisco Lavadinho Estrela e António Carlos da Fonseca Medeiros, ambos operadores-criptos. O Estrela, natural de Campo Maior e quadro da Remax, mora na Amadora. Medeiros, já falecido, de doença e a 10 de Abril de 2003, era do Porto - onde residia. 

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