CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 11 de maio de 2016

3 393 - Apresentações e reencontro de Cavaleiros, a Cimeira Angolana

Grupo de Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala - aqui a 
descansar de um patrulhamento a Quibaxe, quando já estavam aquartelados 
em Vista Alegre. Quem os identifica?

Furriéis milicianos (Rangers) Neto, Viegas e
Monteiro na avenida do Quitexe, em 1974.
Apresentaram-se no RC4 às 1 horas da manhã
de 24 de Dezembro de 1974, véspera de Natal.
Ver Ordem de  Serviço, abaixo

Uma guerra civil e/ou a internacionalização do conflito eram os medos que levedavam nos meados de Maio de 1975, por Angola, onde os Cavaleiros do Norte, na terra vermelha do chão uíjano, continuavam a sua jornada africana.
O Governo de Transição já em Abril se opusera a intervenções da Organização da Unidade Africana (OUA) e Organização das Nações Unidas (ONU). 
E Agostinho Neto, presidente do MPLA, sugerira a nova cimeira dos três movimentos - o que colhia a simpatia e apoio de Jonas Savimbi, presidente da UNITA.
«Os acontecimentos de Luanda, o problema de Cabinda (agora em foco pelas declarações em favor da independência, de responsáveis políticos do Zaire, do Congo e do Gabão), a invasão de Angola por cidadãos zairenses armadas e as manobras do imperialismo americano e europeu e do sub-imperialismo africano ditam a urgência desta cimeira, que nos anuncia uma atitude mais firme de Portugal contra essas manobras», opinava o Diário de Lisboa, concluindo «até porque da independência total de Angola depende a democracia e a revolução portuguesa».
O 11 de Maio de 1975 foi um domingo e dia de mais um patrulhamento urbano, de 24 horas, e soube-se que o plano económico de Angola, apresentado pelo ministro Vasco Vieira de Almeida (Assuntos Económicos), era apoiado pelos três movimentos (MPLA, FNLA e UNITA). Previa o «estabelecimento de uma maior justiça social e uma maior intervenção estatal nos aspectos mais amplos da economia». De resto, referia o Diário de Lisboa, «eliminando todos os vestígios do colonialismo».
Hoje, recordamos a apresentação dos (futuros) furriéis milicianos Neto, Monteiro e Viegas, os três de Operações Especiais (Rangers) e destinados à CCS do BCAV. 8423 e vindos do Centro de Instrução de Operações Especiais (CIOE), em Lamego, «por terem sido nomeados para servir no ultramar (...) no BCAV. 8423/73/RC4/RMA».
Cavaleiros do Norte de Santa Isabel, mais
de 40 anos depois do regresso de
Angola: o condutor Manuel Mendes, o
 alferes Carlos Silva  e o atirador
Ernesto Dias Simões
A apresentação foi a
uma 2ª.-feira e, imagine- 
se, véspera de Natal de 1973. A Ordem de Serviço nº. 301, de 26 de Dezembro de 1974, dá conta da hora de apresentação: 11 da manhã. Levámos «baile» do oficial e do sargento de dia e acabámos por ser dispensados, «voando» no SIMCA 1100 do Francisco Neto até Águeda - de onde o Monteiro apanhou boleia para o Porto, cidade a que foi buscá-lo um irmão, expressamente ido de Fornos, em Marco de Canaveses. E passámos a noite e dia de natal em família!
Anteontem, entretanto e em Ferreira do Zêzere, foi dia de três Cavaleiros do Norte (na foto) se reencontrarem, mais de 40 anos depois do regresso de Angola: o condutor Manuel Augusto Marques Mendes, de Avelar  (que tem feito vida de emigrante no Luxemburgo, desde o regresso), o alferes Carlos Almeida e Silva (de Ferreira do Zêzere) e o atirador de Cavalaria Ernesto Dias Simões, de Casal de S. João, em Torres, município de Ansião. Todos da 3ª. CCAV. 8423, todos da Fazenda Santa Isabel. Grande momento de saudade e de emoção!!!

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