CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 8 de maio de 2016

3 390 - Ameaças e vexames em Carmona, 200 mortos em Luanda!

Cavaleiros do Norte de Zalala. Atrás, o clarim Mário Costa e Rogério 
Raposo. De pé, o furriel João Aldeagas, o casal Sousa (alferes Mário Jorge e 
esposa), Jorge Silva (rádio-telegrafista), Jaime Rego (condutor) e Hélio 
Cunha (rádio-telegrafistas). Em baixo, furriéis Jorge Barreto (com a 
criança ao colo) e José Louro e António Lopes, o Famalicão (condutor)
Cavaleiros do Norte, quatro rádio-montadores: Rodolfo 
Tomás (1º. cabo), António José Cruz (furriel miliciano),
António Pais (1º. cabo) e António Silva

Os primeiros dias de Maio, em Carmona, lá se iam riscando no calendário, serviço após serviço, patrulha atrás de patrulha, «Procurando posição de isenção, foi a actuação das tropas orientada no cumprimento da sua missão. Contudo, viu sempre escolhos diversos a vencer, viu e sentiu ameaças, foi alvo de vexames, mas, sobretudo, foi sempre apelidada de partidária e, consequentemente, viu as suas actividades mal aceites, ainda que não suscitem quaisquer dúvidas quanto à sua isenção», escreveu no 
Notícia do Diário de Lisboa de 8 de Maio
de 1975, 5ª.-feira: «O MPLA denuncia o perigo de
internacionalização dos conflitos em Angola»
comandante Almeida e 
Brito, no Livro da Unidade.
Bem sentíamos tais ameaças e acusações, na alma e na pele - pois por lá dávamos o corpo ao manifesto, em nome da segurança de bens e de pessoas, que nos acusavam de traição e cobardia.
Luanda, ao tempo (8 de Maio de 1975), continuava a sarar feridas dos incidentes dos dias anteriores, O Alto Comissário Português, o MPLA e a FNLA emitiram um comunicado sobre esses incidentes e o cumprimento do acordo assinado a 1 desse mês.
A cidade, relatava a imprensa, «continua calma» embora, e citamos o Diário de Lisboa, «perturbada apenas pela questão dos desalojados» - cerca de 2000! O MPLA desmentia «quaisquer acções contra brancos» e considerava falsas tais notícias, de resto «uma tentativa de agudização dos conflitos raciais» e também «uma manobra para internacionalizar pequenos problemas internos por que passa o país», com o objectivo de «forçar a intervenção de forças estrangeiras e inimigas».
O movimento de Agostinho Neto, em uma outra frente, denunciava ataques, na noite de 2 para 3 de Maio, às suas delegações de S. Salvador, Sanza Pombo e Ambrizete «por forças do ELNA», o exército da FNLA. O seu  comunicado denuncia(va) «centenas de civis barbaramente assassinados, feridos ou mutilados». Já no dia 4, o seu destacamento e «inúmeros militantes» foram obrigados a abandonar Ambrizete e Sanza Pombo.
A FNLA, em comunicado divulgado pelo Diário de Lisboa, e citamos este jornal, sobre estes incidentes, «não os desmente, antes os considerando consequência das confrontações armadas desencadeadas em Luanda».
Um ano antes, pelas bandas de Santa Margarida, os Cavaleiros do Norte continuaam o seu IAO e a imprensa dava conta de «3 grandes tendências políticas em Angola» - o MPLA, de Agostinho Neto; a UPA (FNLA) de Holden Roberto e a UNITA, de Jonas Savimbi. E de 3 militares mortos em Angola: o alferes miliciano Rogério Puga (do Porto), o 1º. cabo Sabino Jesus (do Pombal) e o soldado Manuel Costa (de Cantanhede).
Hoje, e socorrendo-nos da Ordem de Serviço do RC4 (aqui ao lado), danos conta da mobilização do (futuro) furriel miliciano Victor Manuel da Conceição Gregório Velez, atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423 e oriundo da Escola Prática de Cavalaria, de Santarém.
- Clicar na imagem, para a ampliar.


estivesse calma.

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