CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 3 de abril de 2017

3 720 - Tensão política e militar, férias calmas em Luanda

Cavaleiros do Norte da CCS e 3ª. CCAV. 8423, todos furriéis milicianos e à porta da casa onde moravam, na
avenida: Cândido Pires, António Cruz, José Pires, Armindo Reino, Grenha Lopes, Norberto Morais e Agos-
 tinho Belo. Em baixo, António Maria Verdelho da Silva Lopes, enfermeiro, que a 05/04/2017 festeja 66 anos 
A Delegação da FNLA na Estrada de Catete, depois
de um bombardeamento da MPLA. A luta politica e
militar era intensa, há 42 anos, em Luanda e Angola

Aos 3 dias de Abril de 1975, a situação militar e política «continua(va) muito tensa» em Angola, segundo as agências noticiosas ANI, France Press e Reuters, dando notícia sobre a actualidade e acrescentando que «parece agora dominada por intensa luta política» - numa altura em que Portugal também passou a dar apoio ao MPLA, como já fazia à UNITA e FNLA.
Notícias de Angola no Diário de
Lisboa de 3 de Abril de 1975
Os comunicados de MPLA (do presidente Agostinho Neto) e FNLA (de Holden Roberto), os dois movi-mentos/partidos que terçavam armas nos bairros suburbanos da capital angolana, sucediam-se (com acusações recíprocas) e «a movimentação dos três partidos governamentais e das autoridades portu-
guesas vai (ia) no sentido de se montar imediatamente um dispositivo político e militar que previna as grandes confrontações armadas».

Acusações, comunicados
e reunião dos 3 partidos

O MPLA propôs uma reunião entre os presidentes dos três partidos (os movimentos de libertação), para se «definirem normas complementares que garantam a continuidade pacífica do processo iniciado em Mombaça e no Alvor». E propunha a criação de «um organismo fiscalizador e protector das vidas e dos bens da população, em particular nos bairros populares».
O Alto Comissário Silva Cardoso e o Colégio Presidencial, em comunicado conjunto, denunciaram «manobras de agitadores profissionais, para perturbar o processo de descolonização através de acções violentas». E os movimentos de libertação, para isto obviar, depois de «repudiar tais manobras», puseram à disposição do Comando do Sector de Luanda «as suas forças integradas a fim de que, se necessário, haja uma acção conjunta contra toda e qualquer perturbação da ordem».
A FNLA, pela voz de Johny Eduardo, voltou a negar as execuções de que era acusado pelo MPLA, acusando mesmo este movimento de «ter arrebanhado corpos de vítimas, juntando-os de forma a parecer que houvera um massacre,  a fim de comprometer a FNLA».
A FNLA, de resto, também acusava o MPLA de tentar «impedir a todo o custo a realização de eleições em Angola, mediante manobras dilatórias e provoca-
ções armadas, a fim de criar um clima de insegurança» que, no seu entender, suscitasse «uma intervenção a seu favor, dos seus mentores do Partido Comunista Português e seus companheiros da caminhada».
O furriel Viegas (à direita) com o conterrâneo Albano
Resende (civil), na ilha de Luanda (Restinga)

Cavaleiros em férias e
sem dar pela violência

Os dois Cavaleiros do Norte em férias por Luanda - os furriéis milicianos Cruz e Viegas - continuavam o seu lazer pelos locais mais apetecíveis da cidade, à margem destes acontecimentos. Procuraram a Família Resende (amiga e conterrânea de Viegas) e preocuparam-se, por não a encontrarem na residência conhecida, mas foi achada no centro da cidade, perto da Praça de Touros - fugindo à instabilidade da zona da estrada de Catete, onde moravam.
A noite da véspera (dia 2 de Abril), tinha sido tempo para «novas confronta-
ções violentas» entre as forças do MPLA e da FNLA, desta vez no Bairro Cazenga (pertinho da dita estrada - onde, de uma carrinha de caixa aberta, foi disparada uma rajada sobre a delegação do MPLA. 
O Diário de Lisboa dava conta, na edição de 3 de Abril de 1975, que «os violentos confrontos da última semana provocaram, segundo o MPLA, duas centenas de mortos, muitos feridos e estropiados e inúmeros desaparecidos».
Mais para norte, a caminho de Carmona, também se tinham registado incidentes entre das forças dos dois movimentos. Noticiava o Diário de Lisboa que «em Quibaxe, as violentas confrontações terminaram e o ambiente e normal, tal como no Piri, onde não chegou a haver tiros»
Furriel António Maria
V. Silva Lopes em 1975

Lopes, furriel enfermeiro,
66 anos em Vendas Novas

O furriel enfermeiro Lopes, da CCS dos Cavaleiros do Norte, comemora 66 anos a 5 de Abril de 2017.
António Maria Verdelho da Silva Lopes foi dos bons compa-
nheiros da nossa comum jornada africana de Angola, feita do Quitexe a Carmona e depois por Luanda, no Grafanil
António Lopes no 
encontro de 2015
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e fez carreira profissional como funcionário público, nas Finanças (Autoridade Tributária e Aduaneira).
Aposentado e de boa saúde (sempre eram enfermeiro!...) e me-
lhor disposição, é conviva habitual (com a família) dos encontros da CCS e mora na natal cidade de Vendas Novas, freguesia de Santo António, para onde vai o nosso abraço de parabéns, embrulhado no desejo de muitos mais e bons anos de vida!

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