CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 22 de abril de 2017

3 739 - Troca de prisioneiros em Úcua, instrução operacional no RC4!

Cavaleiros do Norte de Zalala, todos furriéis milicianos: Eusébio (falecido
a 16/04/2014, de doença e em Belmonte), Queirós e Costa. Em baixo. Ro-
drigues, Louro, Barata (falecido a 11/10)1997, de doença e em Alcains) e
Manuel Dias (falecido a 20/10/2011, de doença e em Lisboa)

O furriel Viegas e o 1º. escriturário Jacinto, da ZMN,
42 anos depois da jornada uíjana de Carmona, «acha-
dos»  no Algarve, na Páscoa de 2017!

O comando do BCAV. 8423 teve, a 22 de Abril de 1975, «uma reunião a nível mais elevado, com elementos do Grupo Militar Misto, a qual originou um patrulhamento a Úcua, com vista a fazer-se uma troca de prisioneiros» - que na véspera, recordemos, «tinha sido tentada sem êxito», como reporta o Livro da Unidade.
Os incidentes do Negage, no dia 20, recordemos, já tinham «obrigado» a uma «reunião conjunta com a FNLA».
Cavaleiros do Norte de Zalala, em 2016: alferes Pedro
Rosa e furriéis João Aldeagas, Vitor Velez e Manuel
Pinto - todos milicianos e em dia de encontro 
Ao tempo, e ainda segundo o Livro da Unidade, procurava-se «obter para o Uíge a tal calma aparente e o entendimento entre todos os movimentos», encontran-
do «soluções para todos os problemas, através de reuniões semanais», que foram, sublinhe-se, «primórdio do Estado Maior Unificado».


Eleições em Portugal
e adiadas em Angola

As primeiras eleições em Portugal estavam em tempo final da campanha, multiplicando-se os comícios pelo país fora. Seriam (e foram) a 25 de Abril, precisamente um ano depois da revolução.
Nada que preocupasse os dois Cavaleiros do Norte da CCS que «laureavam o queijo» por terras de Benguela e Lobito, em férias angolanas: o Cruz e o Viegas.  Eleições? Pois bem, que se realizassem, que tudo corresse bem, que ganhasse o melhor! Ambos,  não votaram sequer, pois só o poderiam fazer em Carmona e no BC12, onde o BCAV. 8423 instalou urnas de voto (tal como na cidade). E estávamos em Benguela e Lobito, a mais de 850 quilómetros.
As eleições para a Angola independente, previstas para Outubro, é que pareciam comprometidas neste tempo de há 42 anos. Falando em Dar-es-Salan, o presidente do MPLA admitia que «podem vir a ser canceladas».
«Ainda não foi aprovado um projecto de lei eleitoral apresentado pelo MPLA», disse Agostinho Neto, frisando que o seu partido «continuará a sua campanha para as eleições».

Instrução operacional
em Santa Margarida

Um ano antes, precisamente no dia 22 de Abril de 1974, uma segunda-feira, os então futuros Cavaleiros do Norte regressaram ao Destacamento do Regimento de Cavalaria 4 (RC4), em Santa Margarida - depois de um período de férias que vinha desde 28 de Março, quando terminou a Licença de Normas - os 10 dias antes do embarque.
«Só a 22 de Abril se voltou a reencontrar todo o pessoal do Batalhão, para dar efectivação à instrução operacional», reporta o Livro de Unidade.
O destino, já se sabia, era Angola. E era para Angola que se preparavam os militares mobilizados pelo RC4 e para o Batalhão de Cavalaria 8423. Sem saber ainda para que zona. Só em Luanda e já em Junho, soubemos que seria para o Quitexe, para a Fazenda Zalala, Aldeia Viçosa e Fazenda Santa Isabel.  
O louvor ao 1º. cabo Jacinto Sebastião
Gomes Diogo, escriturário da ZMN


Cavaleiros do Norte
em abraço algarvio

A semana de Páscoa de 2017 foi ocasião de reencontro de dois antigos combatentes das Forças Armadas de Portugal em Angola. Reencontro em terras algarvias de dois contem-
porâneos de Carmona, 42 anos depois da jornada uíjana: o 1º. cabo Jacinto Diogo e o furriel miliciano Viegas.
Jacinto Sebastião Gomes Diogo, algarvio de Cas-
tro Marim, foi escriturário na Zona Militar Norte (ZMN), justamente quando os Cavaleiros do Norte se aquartelaram em Carmona. Em 1975!
Jacinto Diogo, 1º.
cabo escriturário
da ZMN
A ZMN era comandada pelo brigadeiro Leão Correia, que o louvou pelas «qualidades profissionais» como escriturário de uma das Secções, a que aliava «qualidades de educação de realçar e uma noção dos deveres militares que o impuseram à consideração do comando e superiores, sendo sempre exemplo de atavio e de compostura, dentro e fora do serviço».
O louvor foi publicado na Ordem de Serviço nº. 54, de 8 de Julho de 1975, do Quartel General da Região Militar de Angola. O Chefe de Estado Maior da ZMN era, então, o major Ramiro Casimiro Mourato, recentemente falecido, quando estava internado num lar de Cascais.
Natural de Odeleite, em Castro Marim, lá regressou em 1975 e, actualmente, é empresário do ramo da restauração na Quarteira. Proprietário, gestor e trabalhador do conhecido restaurante Jacinto na avenida Sá Carneiro.

Sem comentários:

Enviar um comentário