CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 11 de abril de 2017

3 728 - Comandante na CCAÇ. 4741 do Negage e calma em Luanda!

Os furriéis milicianos José Francisco Neto e João Domingos Peixoto (da
 CCAÇ, 4741/74, mas então na CCS do BCAV. 8423), num momento de des-
contracção. Na messe do Bairro Montanha Pinto, em Carmona


O furriel Viegas de férias em Nova Lisboa.  Há 42
e junto à estátua do general Norton de Matos 
O comandante Almeida e Brito deslocou-se ao Negage no dia 11 de Abril de 1975, uma , para reunir com a CCAÇ. 4741, que desde 17 de Março dependia operacionalmente do BCAV. 8423 - os Cavaleiros do Norte. Fez-se acompanhar pelo 2º. comandante, o capitão José Diogo Themudo.
 A CCAÇ. 4741/74 foi formada nos Açores e dela era o furriel João Do-
mingos Faria Taveira de Peixoto, mais tarde transferido para a CCS do BCAV. 8423. Ainda seria transferido para Ca-
binda e fez carreira profissional como professor do ensino, agora aposen-
tado e morador em Braga.
«Apareci na vossa CCS transferido por motivos disciplinares», conta-nos ele, que também passou por Sanza Pombo e lá encontrou o Mota Viana - que de Zalala saiu em Outubro de 1974, também por razões disciplinares. 
Orlando Rino, anfitrião em Nova
Lisboa e Rio Grande, no Brasil.
Infelizmente, está cego há 7 anos!
Ambos de Braga, curiosamente, cidade onde ainda vivem e colhem os frutos de uma vida de trabalho - o Mota Viana ainda no activo profissional, o Peixoto em férias de uma reforma merecida. 
A CCAÇ. 4741/74 aquartelou-se incialmente em Santa Cruz, mesmo junto à fronteira, antes de se mudar para Sanza Pombo e mais tarde para o Negage.


Férias em Nova Lisboa


Há precisamente 42 anos e pelas bandas do planalto huambano do centro/sul de Angola, os furriéis mili-
cianos Cruz e Viegas continuavam a sua «operação» de férias. Em grande!
As recepções que tiveram foram todas banhadas em afectos, «hospedados» no Bimbe da Família Neves Polido e com programa diário cheio da atractivos e... atracções. O Rafael Polido, o Manuel Viegas, o Sérgio, foram cicerones e anfitriões foram todos. 
Recordo uma noite muito especial, no bar de Orlando Rino, no Bairro de Santo António (zona dos quartéis), em que recordámos tradições pascais da nossa aldeia (somos conterrâneos), «encenadas» com marisco trazido do Lobito, fresquíssimo..., e regado a vinho verde branco.
Orlando Rino está agora radicado no sul do Brasil, em Rio Grande, onde já nos encontrámos uma meia-dúzia de vezes e sempre recordámos aquela mágica noite huambana. Infelizmente, o nosso conterrâneo e amigo Orlando cegou há 7 anos, vítima de diabetes e doenças afins. Por amigo comum que com ele esteve há duas semanas, sei da coragem com que encara a sua fragilidade física, sem de nada se queixar. Grande abraço para o sul brasileiro, onde vive Orlando Rino - o Lando!
Uma primeira página do jornal diário «A Província de
Angola», de Luanda, que há 42 anos foi multado e suspenso

Jornal suspenso 
calma em Luanda

O jornal «A Província de Angola» foi novamente suspenso a 11 de Abril de 1975 e multado em 100 contos «desta vez por ter publicado na segunda-feira um artigo em que acusava o MPLA de morto soldados da FNLA, com metralhadoras recebidas da União Soviética, o que não tem qualquer fundamento», segundo noticiava a Agência Reuters.
Luanda, por esse dia, era uma cidade calma, «não se tendo registado confrontos nas últimas 24 horas». Isto, depois das então recentes «confrontações entre MPLA e FNLA, combates em que morreram mais de 200 pessoas», como recordava o Diário de Lisboa.
Jorge Valentim, alto dirigente da UNITA - que se mantinha neutral e fora desses combates - admitiu em Luanda os seus receios de que «a violência possa evoluir para uma guerra civil». Por isso mesmo, anunciou que o seu movimento iria «formar comités de paz e organizar um, sindicato nacional», medidas que considerou «contribuírem para suster a violência em Angola».

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