CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 24 de julho de 2018

4 196 - O ultimato para sair de Carmona e Negage; uma coluna militar poderosa!

Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, na piscina de
Carmona e todos milicianos, há 43 anos. O alferes João Francisco Machado
 ladeado pelos furriéis António Carlos Letras (ambos de Operações Especiais,
 os Rangers) e José José Fernando Melo (atirador de Cavalaria)
Os furriéis milicianos José Nascimento e Jorge Barata (faleci-
do a 29/10/1977, de doença e em Alcains), ambos da 1ª. CCAV.
e em Carmona, com António, civil da Fazenda Zalala


O livro «Segredos da descolonização de Angola», de Alexandra Marques, cita 24 de Julho de 1975 com a data em que Luanda informou o Governo de Lisboa que «era absolutamente necessário evacuar a tropa e a população de Carmona e Negage».
«Pela força, se necessário fosse», su-
blinhava a nota, a que o Presidente Costa Gomes respondeu, considerando 
Capa do livro «Segre-
dos da descoloniza-
ção de Angola»
ser «inaceitável» os termos do «ultimato relativo às condições de saída» de Carmona e Negage, muito embora aceitando que «uma coluna militar poderosa e um agrupamento de tropas especiais, artilharia, blindados e todo o apoio aéreo possível» evacuasse as duas cidades.
A operação, ainda citando o livro «Segredos da descolonização de Angola», deveria «processar-se com algum tempo e demora».
A bem conhecida «implantação militar da FNLA nos distritos do Zaire e Uíge» era ponto a considerar e as dúvidas dos respon-
sáveis portugueses eram entre «o abandono ou o reforço das posições».
O abandono era considerado «politicamente incorrecto», mas o reforço das NT (dos Cavaleiros do Norte) implicaria o uso de meios que não existiam e «a re-
activação de toda a máquina de guerra já desmontada».
Aliás, e face à força militar da FNLA no Uíge, consideravam os comandos mili-
tares portugueses que não seria suficiente «reforçar os efectivos em causa» mas também desencadear «uma operação de grande envergadura».
Patrulhamentos mistos em Carmona

Cavaleiros em Carmona:
- o ficar ou o ir embora!

Carmona, por esse tempo de há 43 anos, era uma cidade relativamente tranquila, mas em-
brulhada em dúvidas. Quanto aos Cavaleiros do Norte, que nunca recuaram a qualquer so-licitação para garantir a segurança de pessoas e bens, estavam 24 sobre 24 horas de serviço e divididos entre, e citamos o «História da Unidade», entre «encontrar uma opção para os dias futuros». 
Dito por outras palavras, «ficarem Carmona, com o total descrédito das NT e perigosamente alvo das queixas e ataques da FNLA, nomeadamente reivin-
dicando os desequilíbrios de outros locais, ou sair, antecipando o regresso da Luanda, num salvar de face e tentando evitar males futuros».
Como se sabe, os Cavaleiros do Norte viriam a sair de Carmona no dia 4 de Agosto de 1975 - numa coluna que fez 570 quilómetros em 58,45 horas, com 700 a 800 viaturas e chegando a Luanda com «milhares de civis».
Zalala: a mais dura
escola de guerra!

Silva de Zalala, 66
anos em Vila Verde!

O soldado João Pereira da Silva, dos Cavaleiros do Norte de Zalala, festeja 66 anos a 24 de Julho de 2018.
Atirador de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423 e natural do lugar de Assento, de freguesia de Laje, concelho de Vila Verde, lá regressou a 9 de Setembro de 1975, no final da sua comissão militar em Angola. Supomos que, segundo informação do furriel João Dias (TRMS), estará emigrado e, para onde quer que esteja, para ele vai o nosso abraço de parabéns!

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