A baía de Luanda, vista da fortaleza, no dia 9 de Outubro de 2019, quando por lá passou o furriel Viegas, da CCS. Nada mais nada menos que mais de 47 anos depois da férias de Abril de 1975 |
O furriel Viegas de férias em Luanda, há 47 anos e com o conterrâneo (civil) Albano Resende, na Restinga (ilha de Luanda) |
Há 47 anos e no dia 1 de Abril de 1975 - Dia das Mentiras!!!... - Luanda acordou com as acusações da FNLA às Forças Armadas Portuguesas que, perto do Ambriz, impediram o avanço de uma sua coluna sobre a capital angolana. Já delas ontem aqui falámos!
«Foram as FAP o suporte, durante 48 anos, do fascismo em Portugal e de 14 anos de guerra das colónias portuguesas», lia-se no jornal «Liberdade e Terra», órgão oficial do movimento de libertação presidido por Holden Roberto.
Mais, o ataque à imprensa portuguesa (a do continente): «Insidiosa campanha contra a a FNLA», titulava o jornal, a toda a largura da primeira página. A última era ocupada, integralmente, com outro título: «Imperialismo manobra | Imprensa portuguesa contra a FNLA». Com artigos a culminar, referia o Diário de Lisboa desse dia 1 de Abril de há 41 anos, «ameaças aos jornalistas e exigindo a sua expulsão» e garantindo que «não permitiremos mais tempo que esses manipuladores, esses agitadores da opinião pública, continuem aqui, na nossa pátria, prosseguindo a nefasta tarefa de que vieram incumbidos». E, por outro lado, exigindo que «seja proibida a circulação de jornais portugueses que insistam nos ataques tendenciosos, nas imagens deturpadas, na calúnia miserável do nosso movimento e do seu glorioso braço armado, o ELNA».
Mais, o ataque à imprensa portuguesa (a do continente): «Insidiosa campanha contra a a FNLA», titulava o jornal, a toda a largura da primeira página. A última era ocupada, integralmente, com outro título: «Imperialismo manobra | Imprensa portuguesa contra a FNLA». Com artigos a culminar, referia o Diário de Lisboa desse dia 1 de Abril de há 41 anos, «ameaças aos jornalistas e exigindo a sua expulsão» e garantindo que «não permitiremos mais tempo que esses manipuladores, esses agitadores da opinião pública, continuem aqui, na nossa pátria, prosseguindo a nefasta tarefa de que vieram incumbidos». E, por outro lado, exigindo que «seja proibida a circulação de jornais portugueses que insistam nos ataques tendenciosos, nas imagens deturpadas, na calúnia miserável do nosso movimento e do seu glorioso braço armado, o ELNA».
O Diário de Lisboa de 1/04/1975 noticiava acusações da FNLA às Forças Armadas Portuguesas |
Tempo de tiros e
férias em Luanda
O ataque do «Liberdade e Terra» era extensivo a Rosa Coutinho, à ANI e jornalistas (no geral), ao ministro da Comunicação Social (comandante Correia Jesuíno), Governo de Transição e Alto-Comissário (Silva Cardoso), comandante das Forças Armadas, à Lei de Imprensa, ao PCP e «declaradamente ao MPLA».
O dia, lá por Luanda - onde eu e o Cruz espreguiçávamos as nossas férias!!!... -, parecia mais calmo que os anteriores.
O dia, lá por Luanda - onde eu e o Cruz espreguiçávamos as nossas férias!!!... -, parecia mais calmo que os anteriores.
O tiroteio da véspera, na Avenida do Brasil, afinal não passara de «um pequeno incidente» e, reportava o Diário de Lisboa desse dia, «esta manhã, crianças e jovens brancos dirigiam-se calmamente para as escolas e liceus». Mas, nessa mesma manhã de há 41 anos, foi preso Adalberto Vieira Lopes, desenhador da Câmara Municipal de Luanda e militante do MPLA. Por elementos armados do ELNA - o Exército Nacional de Libertação de Angola, braço armado da FNLA. O mesmo ELNA que, na véspera, já detivera Couto Cabral, director dos Serviços de Informação, levado para a sede da FNLA, «onde esteve durante hora e meia».
Eu e o Cruz, saídos do Katekero, matabichámos calmamente na Portugália e demos uma saltada às praias da ilha, onde regaladamente almoçámos e, pelo fim da tarde, nos reunimos com o Alberto Ferreira, para, juntos, cobiçar os prazeres da noite de Luanda.
Eu e o Cruz, saídos do Katekero, matabichámos calmamente na Portugália e demos uma saltada às praias da ilha, onde regaladamente almoçámos e, pelo fim da tarde, nos reunimos com o Alberto Ferreira, para, juntos, cobiçar os prazeres da noite de Luanda.
Natural de Santa Vitória, freguesia da alentejana cidade e município de Beja, onde nasceu a 10 de Dezembro de 1933, era militar de carreira profissional - que continuou depois do regresso da Angola, a 8 de Setembro de 1975, no final da sua e nossa jornada africana do norte uíjano de Angola.
Louvado pelo comando do BCAV. 8423., a Ordem de Serviço nº. 174 sublinha «a maior lealdade, aprumo e correção para com os seus superiores, dando provas seguras de que o seu trabalho seria certo e oportuno, não esquecendo as suas restantes funções militares, onde se mostrou muito disciplinado e disciplinador, às vezes mesmo exigente, confirmando a sua anterior vida militar» e também que «mais uma vez se creditou como precioso auxiliar do seu comandante de Companhia e, indirectamente, do Comando do BCAV. 8423».
«Os seus serviços prestados na Região Militar de Angola merecem ser realçados e destacados em público louvor», conclui o documento reeditado no livro «História da Unidade» - o BCAV. 8423.
Atingiu a patente de sargento-mor e, já aposentado, faleceu de doença, a 2 de Abril de 2017 e na cidade da Amadora, onde residia. Hoje e aqui o recordamos. RIP!!!
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