CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 30 de abril de 2022

5 788 - O regresso ao BC 12 de Carmona (Uíge)! Recolher obrigatório e violência em Luanda !

 

O furriel Viegas (o segundo a contar da direita), com a família Resende, em Luanda e com o capitão Domingues (do Comando do Sector do Uíge/ZMN, à direita). À esquerda,  o casal
José Bernardino (de barba), com a esposa Fátima, as filhas e o irmão Albano

O furriel Viegas em frente ao edifício do Bairro Montanha 
Pinto, em Carmona (Uíge), que, em 1975, foi a messe de
sargentos da CCS do BCAV. 8423. A 25/09/2019!

A 29 de Abril de 1975, acabou-se o bem-bom das férias e lá tivemos (eu e o Cruz) de regressar a Carmona, ao BC12, onde nos tínhamos de apresentar no dia de hoje de há 47 anos. E à messe do bairro Montanha Pinto, que revisitámos a 25 de Setembro de 2019.
O que era bom, acabava-se ali, naquele dia, quando de véspera voaríamos de Luanda, num avião da TAAG. Depois de um périplo que nos tinha levado por Angola fora - nomeadamente a Gabela e Nova Lisboa (actual cidade do Huambo), Alto Hama, Caála (Robert Williams), Silva Porto, Lobito, Benguela e outras localidades.

E partir, lá isso partimos de Luanda, com a ideia de irmos jantar a Carmona e prevenidos de tempo, para qualquer problema que pudesse surgir. E surgiu, já AQUI o contámos e valerá a pena ir rever.
Luanda, ao tempo e como por aqui já dissemos, era palco de permanentes incidentes, entre militares/militantes do MPLA E FNLA - que espalhavam medo, terror e sangue pelas noites e chãos da cidade, pelos musseques e onde bulisse alma de gente de qualquer cor. 
Propaganda nas ruas da cidade de
Luanda em 1975 (foto da net)

Recolher obrigatório e
violência em Luanda !

O recolher obrigatório era quase sempre desrespeitado e multiplicavam-se os conflitos, as palavras de ordem anti-tudo e todos. A violência alastrava-se e a propaganda desenhava-se e escrevia-se nas paredes e asfalto da cidade, pouco pacífica e, pior, inspiradora de ódios. Os tiroteios, principalmente de noite, confundiam-se com o rebentar de granadas e morteiros. Ainda me lembro, de, à noite, ver o fogo a cruzar os céus da cidade, que eu via do 7º. andar do Katekero. Estranhamente, ou talvez não, a esmagadora maioria da população parecia indiferente a isso tudo. A cidade de Luanda, cosmopolita, cheia de luz, ciosa e atraente, parecia matar todos os medos. Tudo parecia funcionar, como se nada se passasse.
Assim por lá passámos os últimos dias de férias, entre os prazeres da ilha, da restinga, do Amazonas e da Portugália, da Paris Versailles e da Mutamba, o cinema e a noite, o Mússulo e o contacto com o grande número de amigos (civis e militares) que por lá tínhamos. Vida da boa!!! Que hoje recordamos com saudade!!
Américo Oliveira

Oliveira, sapador da CCS, 70
anos na Póvoa do Lanhoso !

O soldado Américo da Silva Oliveira, da CCS do BCAV. 8423, a Companhia do Quitexe, festeja 70 anos a 30 de Abril de 2022. Exactamente hoje!
Cavaleiro do Norte sapador de especialidade militar, fez parte do pelotã
o comandado pelo alferes miliciano Jaime Ribeiro, jornadeou pelo Quitexe e por Carmona (agora, cidade do Uíge) e voltou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, fixando-se em Alto do Vilar, da freguesia de Sobrado, no município de Valongo. 
Julgamos saber que, actualmente, viverá em Taíde, freguesia do concelho da Póvoa do Lanhoso, para onde, ou para onde quer que esteja, vai o nosso abraço de parabéns!

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