CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 10 de abril de 2022

5 768 - Patrulhamentos de longo curso no Uíge! As mortes do capitão Leal, alferes Garcia e 1º. cabo Medeiros!

Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423 numa esplanada de Luanda, em 1974 e todos 1ºs.
cabos: João Estrela, António Carlos Fernandes Medeiros (que faleceu a 10/04/2003, há 19
anos e no Porto), Miguel Teixeira, Damião Viana (falecido a 21 de Fevereiro de 2021, de
doença e em Gondomar) Vasco Vieira (o Vasquinho)
Capitães Manuel Leal e Acácio Luz no encontro
da CCS de 2016, em Custóias (Matosinhos)



A 10 de Abril de 1975, há 47 anos, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, lá pelas bandas de Carmona e do Uíge, continuavam a «realizar patrulhamentos de longo curso», para proteger a circulação da comunidade civil nas suas viagens e a garantir a segurança na cidade. 
Há 2 anos, faleceu o capitão miliciano médico Leal,  na Póvoa do Varzim e aos 91 anos. Faria 92 a 3 de Outubro seguinte.
Manuel Soares Cipriano Leal  concluiu a sua comissão militar Novembro de 1974, regressando a Fafe, onde residia e exercia medicina - que continuou até bem poucos tempo antes de fixar residência na Póvoa do Varzim. Perto dos 90 anos.
O seu prestígio e popularidade na guarnição multiplicaram empatias com os jovens Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, depois de já ter servido o BCAÇ. 4211. Também pelo cavalheirismo que assumia e sempre partilhou e a competência dos seus diagnósticos, o virtuosismo e eficácia do receituário e trato afável e a permanente jovialidade, a boa piada que sempre soltava, puseram o dr. Leal no altar da nossa admiração
Havia necessidade de uma graça para o momento, aí estava a irreverência amadurecida do dr. Leal. Era preciso acudir a um civil adoentado, lá estava o dr. Leal a correr para a enfermaria ou galgar as picadas uíjanas, para ir às sanzalas «ver» o povo. Era preciso ir às fazendas e aldeias de mata afora, lá íamos nós de arma entre os joelhos, de olhos bem abertos e a espreitar para os adiantes das picadas, sentados nos «burros de mato», a comer pó e a temer perigos, mas sempre com a enorme alegria de servir e por escoltarmos o dr. Leal, o «nosso» capitão médico..., para que acudisse ao povo sofrido. 
Hoje o lembramos com saudade. RIP!!!

Os furriéis Cruz e Viegas num miradouro entre Nova
Lisboa e Caála, Roberto Williams em 1975. Há 42 anos!

O futuro Exército de Angola
que... não chegou a ser !

O dia de há 47 anos e pelas bandas da capital Luanda, foi tempo para mais uma reunião dos Estados Maiores das Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA), do Exército de Libertação Nacional de Angola (ELNA) e das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA) - os braços armados, respectivamente, do MPLA, da FNLA e da UNITA.
«Estas reuniões confirmam o desanuviamento que começa a observar-se entre os três movimentos de Libertação, após o protocolo de acordo que assinaram há dois dias, pondo termo ás hostilidades», noticiava a imprensa do dia.
Ñovidade, ou nem tanto - pois tal processo já se desenvolvia em Carmona, com as Forças Militares Mistas - era «a criação das Forças Internas, futuro Exército de Angola, a processar-se em novos moldes». Aparentemente, assim se expectava, «todos os elementos serão recrutados como militares e não como militantes deste ou daquele movimento».
O acordo dos Estados Maiores, já de alguns dias antes, previa a criação de «um organismo paritário e inter-partidário, para solucionar os problemas e conflitos que surjam entre as forças dos três movimentos, ou entre os respectivos militantes e simpatizantes».

AC Medeiros
1º. cabo OP

Medeiros, 1º. cabo da
CCS, faleceu há 19 anos !

O 1º. cabo António Carlos Fernandes de Medeiros, Cavaleiro do Norte da CCS do BCAV. 8423, faleceu de doença a 10 de Abril de 2003. Há 19 anos!
Operador-cripto de especialidade militar, era natural e residente na freguesia de Bonfim, na cidade do Porto, aonde regressou a 8 de Setembro de 1975, no final de sua (e nossa) comissão de serviço em Angola, por terras uíjanas do norte - pela vila do Quitexe e pela cidade de Carmona. 
Vítima de doença incurável e imensamente sofrida, partiu cedo de mais, aos 52 anos de idade, e hoje aqui dele fazemos memória, lembrando, com saudade, um bom companheiro connosco partilhou as emoções da jornada africana do norte de Angola. RIP!!! 
João Silva

Sequeira de Aldeia Viçosa,
70 anos em Vialonga !

O soldado João Sequeira da Silva, combatente da 2ª. CCAV. 8423, festeja 70 anos a 10 de Abril de 2021. Hoje mesmo.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar, este Cavaleiro do Norte da subunidade de Aldeia Viçosa do BCAV. 8423, era, pela jornada africana do Uíge angolano popularmente conhecido como Ligeira e regressou a Portugal no dia 10 de Setembro de 1975, fixando-se em Pegões Velhos, freguesia de Pegões, no concelho do Montijo.
Tanto quanto sabemos, vive agora na Vialonga, concelho de Vila  Franca de Xira, para onde vai o nosso abraço de parabéns!
Marta Garcia e João Pedro Garcia
Tracana, filha e neto do alferes Garcia

Marta, a filha de Garcia, 
44 anos em VN de Gaia !

Marta Garcia Tracana, professora de Educação e Ensino da Música e  filha do nosso saudoso alferes miliciano Garcia, está em hoje em festa: completa 44 anos. Que, infelizmente, ele não viu crescer e amar.
Tragicamente, como nos lembramos, o nosso  companheiro da jornada africana do norte
Os alferes Garcia e Almeida.
Atrás, os 1ºs. sargentos
 Barata e Aires 
de Angola faleceu a 2 de Novembro de 1979, vítima de acidente de viação (no decurso de uma investigação do caso Ferreira Torres, quando transitava entre Viseu e Mangualde), tinha Marta pouco mais de um ano.
O alferes Garcia foi um dos nossos melhores e maiores Cavaleiros do Norte, comandante do PELREC e Cavaleiro do norte sem medos. Oficial que, como se lê no louvor do comandante Almeida e Brito, «sempre demonstrou o maior desembaraço e competência no seu comando, possuindo alto espírito de sacrifício em todos os momentos difíceis em  que foi necessária a sua acção».
Parabéns para ela, a Marta! 
Um «até já» para o saudoso e imortal Alferes Garcia!

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