CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 26 de abril de 2022

5 784 - O dia 2 do Portugal nascido de Abril, para os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!

Cavaleiros do Norte da CCS do BCAV. 8423, frente à Casa dos Furriéis e da
secretaria: tenente João Mora, furriéis Francisco Neto, Viegas e José
Monteiro e 1º. cabo Miguel Teixeira

Furriéis milicianos da 3ª. CAV. 8423: José A. Querido,
Victor Guedes (falecido a 17 de Maio de 1998), António
Fernandes e Ângelo Rabiço. À frente, Agostinho Belo


A 26 de Abril de 1974, uma 6ª.-feira de há 48 anos, fomos, os futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423,  surpreendentemente mandados de fim-de-semana. A revolução tinha sido na véspera, estava em plena efervescência popular!
«Todo o Batalhão se sentiu parte integrante do Movimento das Forças Armadas, de tal modo que nessa mesma data, o exmo. comandante explicou a todo o pessoal o que o MFA pretendia, em palestras orientadas especificamente para oficiais, sargentos e praças», lê-se no livro «História da Unidade». 
Pouco me lembro disso, para além de uma
O 25 de Abril de 1974
no jornal «A Capital»
 (im)pertinente pergunta do (1º. cabo miliciano) Manuel Machado e das
dúvidas dos soldados (e de todos nós):
«Ainda vamos para Angola?»
E de todos estarmos com uma pressa danada, depois de sabermos que tínhamos fim de semana. Almoço para dentro do estômago, logo foi tempo de o velho SIMCA 1100 do Neto galgar os quilómetros que nos separavam de Águeda. Em Coimbra, à saída da ponte e entre as duas estações da CP, estavam milhares e milhares de pessoas, em manifestação, vitoriando o MFA. 
Não sei, mas ainda há pouco tempo, a falar com o Neto, ambos mantemos a dúvida: o carro andou ou não andou pelo ar? Cá para mim, andou, à força dos braços do povo que o levantou frente ao Hotel Astória. 
Foi este, talvez, o momento mais empolgante dos meus dias desse Abril que se abria para o país. 
E de faz hoje 48 anos bem me lembro que, chegado a casa, fui ter com a minha mãe, que sachava milho na Codiceira, mesmo á beira da pateira. 
«Então, ainda vais lá para fora?...», perguntou-me ela, talvez ansiosa. Disse-lhe que sim, que ia. E trouxe-lhe o carro de mão carregado de milho para casa.

O comandante Almeida e Brito e
o capitão José Paulo Falcão (1995)



Adeus a Aldeia Viçosa
e visitas ao Songo !

Um ano depois, era a vez do adeus definitivo a Aldeia Viçosa - onde a 2ª. CCAV. 8423, a do capitão miliciano José Manuel Cruz, de lá saída a 11 de Março, ainda mantinha um pequeno grupo operacional, nesta data definitivamente se desactivando o quartel.
«Só a partir dessa data se completou a remodelação do executivo, que se julga ser a última até o terminar da comissão», anota o livro «História da Unidade».
O dia foi também tempo para o comandante Carlos Almeida e Brito visitar a 3ª. CCAV. 8423, que no dia 24 tinha rodado de Vista Alegre e Ponte do Dange para o Songo.
O tenente-coronel de Cavalaria fez-se acompanhar, nesta jornada uíjana, pelo capitão José Paulo Falcão, oficial adjunto do BCVA. 8423. E lá voltou dois dias depois, a 28 de Abril de 1975

Serra, Joaquim Celestino (que hoje faz 70
anos), furriel Morais e Gomes, Cavaleiros
do Norte do Parque-Auto da CCS

Celestino, condutor da CCS,
70 anos em Leça do Balio !

O condutor Joaquim Celestino Gonçalves da Silva, da CCS do BCAV. 8423, comemora 70 anos a 26 de Abril de 2022.
Cavaleiro do Norte do Quitexe, foi louvado porque «além de ter desempenhado os serviços da sua especialidade com a melhor eficiência, ainda se creditou como precioso auxiliar do pessoal encarregado da escrituração da secretaria do parque-auto»
O louvor foi publicado na ordem de serviço nº. 181 e acrescenta que foi «militar muito disciplinado e correcto», o que o creditou como «merecedor de ser distinguido» por também «ser merecedor da estima de quem com ele privou».
Regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975, à sua casa de Perafita, em Matosinhos. Mora agora em Leça do Balio e atravessa delicado período de saúde.
A 18 de Outubro de 2019, afectado por uma bactéria que lhe atrofiou o sistema muscular, ficar 5 meses internado no Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos. Depois, mais 3 no Hospital do Mar, em Gaia. Pelo meio, foi 13 ou 14 vezes intervencionado e, de momento em casa e dependente de cadeira de rodas.
Aqui lhe deixamos o nosso amigo abraço de parabéns!
«Estive suas vezes do lado de lá, mas actualmente estou muito esperançado», disse-nos há um ano, na nossa conversa de parabéns pelos 69 anos de então. 
Hoje, à fala telefónica, disse-nos que está «a começar a dar uns passinhos, com um andarilho», o que já acontece há uns 4 ou 4 meses».
«Ainda agora fui meter o totoloto», acrescentou o Joaquim Celestino, a quem desejamos evolução rápida e positiva, embrulhada num grande e forte abraço de parabéns!

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