CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 9 de maio de 2022

5 797 - Problemas no Uíge denunciados em Lisboa. O impossível cumprimento do Acordo do Alvor!

Cavaleiros do Norte da CCS e da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel, todos furriéis
milicianos e em momento bem disposto, no Quitexe: Fernandes, Cardoso e Querido, um
da FNLA, e Rocha. Em baixo, Carvalho, Monteiro e Belo
 

As declarações de Nito Alves
ao Diário de Lisboa de há 47 anos


O dia 9 de Maio de 1975, há 47 anos e lá por Carmona, a cidade capital do Uíge (agora com este mesmo nome), todos os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 foram avisados: «Podem haver problemas». 
Ao tempo, a tropa portuguesa, com as Forças Mistas, «manteve permanente patrulhamento nos centros urbanos e nos itinerários». E iam surgindo problemas atrás de problemas, ora com militares e militantes dos movimentos angolanos de libertação, ora, surpreendentemente, com a população - nomeadamente a branca e europeia.
Ao mesmo tempo, em Lisboa (na Casa de Angola), Nito Alves fazia alarmantes declarações: «Impossível o cumprimento dos Acordos do Alvor». O então comandante e dirigente do MPLA, «sem ilusões», apontou o dedo à FNLA, «aliada à reação europeia instalada em Angola» e, falando do (nosso) Uíge, afirmou que «a situação é particularmente delicada e grave».
«Está a realizar-se no Norte de Angola toda uma operação de captura, uma operação de enforcamento, por parte do ELNA, contra militantes do nosso movimento. Há outra situação extremamente grave em Angola: é a ofensiva que, a nível governamental, as forças da reação resolveram montar», disse Nito Alves.
Esta ofensiva, segundo ele, «procurava «bloquear a acção dos ministérios controlados pelo MPLA, com especial incidência o da Comunicação». Em Angola, o dirigente do MPLA afirmou que «os jornalistas honestos não podem  informar».
Radical, apontou «única saída, uma luta armada prolongada, contra o inimigo, tal qual aconteceu no Cambodja e no Vietname»
Isto sublinhou Nito Alves, «a menos que o Alto Comissário Português, general Silva Cardoso, o Governo Português e particularmente o MFA, assumam posições firmes na defesa do cumprimento do Acordo do Alvor».

Alexandre e furriéis Amorim e Matos,
da 2ª. CCAV. 84323, a de Aldeia Viçosa
Troca de soldados
da 2ª. CCAV. 8423 !

O soldado José Casimiro Rodrigues Guerreiro, atirador de Cavalaria de espacialidade militar, apresentou-se um ano antes no RC4, em Santa Margarida. A 8 de Maio de 1974.
Algarvio de nascimento, natural de Olhão, rodava da Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e foi substituir o também soldado atirador José Luís C. Parelho, desta subunidade, «por ter aceite a troca de mobilização». Já tinha gozado a Licença de Normas - os 10 dias de férias que assinalavam a mobilização para a guerra colonial.
O Guerreiro, em Setembro de 1974 e segundo a Ordem de Serviço nº. 83, foi castigado na 2ª. CCAV. 8423 com 10 dias de prisão disciplinar, depois agravada pela justiça do BCAV. 8423 para 20 dias do mesmo grau - o que implicou a sua «transferência» para a 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala e ao tempo ainda nesta mítica fazenda uíjana. Sabemos que mora(rá) em Olhão.
O José Luís C. Parelho marchou para a Escola Prática de Cavalaria, no dia 9 de Maio de 1974. Hoje se passam 48 anos. O tempo voa!
António G. Rocha,
1º. cabo enfermeiro

A morte do 1º. cabo enfermeiro
António Gomes da Rocha !


O 1º. cabo Rocha foi enfermeiro de especialidade militar e Cavaleiro do Norte da 2ª. CCAV. 8423. Faleceu há 6 anos, aos 65 e vítima de doença!
António Gomes da Rocha, de seu nome completo, era natural do lugar de Ribeiro, na freguesia de Malhundes, em Penafiel, lá nasceu a 5 de Agosto de 1951. Ali fez vida até que a doença o levou.
Jornadeou pelo uíjano chão de Angola, primeiramente aquartelado em Aldeia Viçosa e depois em Carmona (no BC12), foi sempre companheiro habitual e activo dos encontros da Companhia comandada pelo capitão miliciano José Manuel Cruz.
Hoje o recordamos com saudade, aqui evocando a sua memória. RIP!!!

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