Aos dias 23 de Maio de 1974, a partida dos Cavaleiros do Norte estava iminente (seria a 27 e passou para 29) e tudo o que era notícia de Angola nos interessava. Pela leitura, habitual, do «Diário de Lisboa».
Uma nota das Forças Armadas Portuguesas (FAP desse dia «desmentiu categoricamente» um comunicado do MPLA, segundo o qual as nossas forças teriam sofrido uma emboscada do (mesmo) MPLA em Cabinda, com «11 mortos e 12 feridos».
O que, obviamente, seria dramático. E assustador para quem, como nós, estava em vésperas de partir para Angola. Sabia-se lá para onde, embora o comandante Almeida Almeia e Brito já na véspera tivesse sido informado em Luanda. As notícias, há 48 anos, andavam devagar, devagarinho.
«Desde o 25 de Abril, as nossas forças tiveram apenas alguns (poucos) feridos (...), em resultado do accionamento de minas anti-pessoal em três ocasiões diferentes», sublinhava o comunicado das Forças Armadas Portuguesas.
Era para esta Angola que iam partir os Cavaleiros do Norte e nessa noite de há 48 anos lembro que, feitas as palavras cruzadas do «Diário de Lisboa» (onde lemos a notícia), adormeci a pensar nas contingências que nos esperavam.
Um outro comunicado, este do Serviço de Informação Pública da Forças Armadas, dava conta de mais uma norte em combate e em Angola: a do soldado Domingos Manuel Chilingano, do recrutamento local e natural de Malanje.
A situação na Guiné, cujo processo de independência estava mais avançado (o PAIGC já recebia os embaixadores da URSS, Argélia, República da Guiné, Jugoslávia e Roménia, seguindo um comunicado das Forças Armadas Portuguesas) era mais dramática: 6 militares portugueses mortos, entre 1 e 15 de Maio desse ano de 1974.
Cavaleiros do Norte
em alerta uíjano...
Um ano depois, pelas bandas do Uíge do norte angolano, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 estavam cada vez mais «avisados» da iminente probabilidade de os repetidos incidentes locais se multiplicarem e se agravarem. De, afinal, serem extensão das confrontações que se registavam um pouco por todo o território angolano e principalmente em Luanda.
As «permanentes quezílias entre os movimentos» tendiam a aumentar, na verdade, e as precauções dos Cavaleiros do Norte ganharam dimensão mais intensa, permanente, de dia e de noite, na cidade de Carmona e outras zonas urbanas do Uíge - no Songo onde se aquartelava a 1ª. CCAV. 8423, no Quitexe onde ainda estava a 1ª. CCAV. 8423, ou no Negage, da CCAÇ. 4741 e em Sanza Pombo, onde estava a BCAÇ. 4911 (antes de rodada para o Negage).
Mal imaginávamos o que iria rebentar na madrugada de 1 de Junho seguinte.
Era para esta Angola que iam partir os Cavaleiros do Norte e nessa noite de há 48 anos lembro que, feitas as palavras cruzadas do «Diário de Lisboa» (onde lemos a notícia), adormeci a pensar nas contingências que nos esperavam.
Um outro comunicado, este do Serviço de Informação Pública da Forças Armadas, dava conta de mais uma norte em combate e em Angola: a do soldado Domingos Manuel Chilingano, do recrutamento local e natural de Malanje.
A situação na Guiné, cujo processo de independência estava mais avançado (o PAIGC já recebia os embaixadores da URSS, Argélia, República da Guiné, Jugoslávia e Roménia, seguindo um comunicado das Forças Armadas Portuguesas) era mais dramática: 6 militares portugueses mortos, entre 1 e 15 de Maio desse ano de 1974.
O BC12, em Carmona, onde se aquartelava o BCAV. 8423, na estrada para o Songo e visto do lado desta cidade uíjana |
Cavaleiros do Norte
em alerta uíjano...
Um ano depois, pelas bandas do Uíge do norte angolano, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 estavam cada vez mais «avisados» da iminente probabilidade de os repetidos incidentes locais se multiplicarem e se agravarem. De, afinal, serem extensão das confrontações que se registavam um pouco por todo o território angolano e principalmente em Luanda.
As «permanentes quezílias entre os movimentos» tendiam a aumentar, na verdade, e as precauções dos Cavaleiros do Norte ganharam dimensão mais intensa, permanente, de dia e de noite, na cidade de Carmona e outras zonas urbanas do Uíge - no Songo onde se aquartelava a 1ª. CCAV. 8423, no Quitexe onde ainda estava a 1ª. CCAV. 8423, ou no Negage, da CCAÇ. 4741 e em Sanza Pombo, onde estava a BCAÇ. 4911 (antes de rodada para o Negage).
Mal imaginávamos o que iria rebentar na madrugada de 1 de Junho seguinte.
Alberto Ferreira (que amanhã faz 70 anos) e o 1º. cabo Rodolfo Tomás, ambos da CCS |
Ferreira do PELREC,
70 anos em Almada !
O Alberto dos Santos Ferreira foi soldado atirador de Cavalaria do PELREC e festeja hoje 70 anos - dia 23 de Maio de 2022.
Atirador de especialidade militar da CCS mas e não só, pois prestou serviços de excelência como quarteleiro do depósito de géneros do Quitexe, o que lhe valeu louvor do comandante da CCS o capitão António Martins de Oliveira.
«Desempenhou as funções com muito acerto, honestidade e maior boa vontade, de forma que nas conferências mensais de armazém, nunca fora notadas quaisquer anomalias, pelo que se torna inteiramente merecedor da confiança nele depositada», sublinha o louvor, publicado na Ordem de Serviço nº. 163.
O Ferreira regressou à Sobreda da Caparica, em Almada, e lá mora, já aposentado e depois da uma vida de trabalho na área da construção civil. Parabéns!
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