CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

1 922 - Os dias do pré-Governo de Transição.

Aquartelamento do Quitexe, visto do lado da capela. A primeira cobertura era a da caserna do PELREC, a segunda dos sapadores e outros. O edifício branco era o do comando do Batalhão. Em baixo, Rosa Coutinho e Silva Cardoso



Os Cavaleiros do Norte, senhores e seguros de si, foram acautelando, pelo chão uíjano, a paz suficiente para que os movimentos de libertação de instalassem e passassem as suas mensagens políticas. Não era fácil e acumulavam-se desconfianças entre eles e, nalguns casos, contra as Forças Armadas Portuguesas - que mantinham a soberania da terra angolana, enquanto se preparava a posse do Governo de Transição, por este dia de 1975 prevista para 31 de Janeiro seguinte.  
A 27, Daniel Chipenda acabou por dar uma conferência de imprensa no Luso e acusou as autoridades portuguesas de tentarem impedir a sua entrada no país. «Fui atacado como um autêntico agente do imperialismo e os meus detractores tentaram impedir que eu contactasse com o nosso povo, a fim de lhe explicar a situação», disse Chipenda, que liderava a Revolta do Leste, facção dissidente do MPLA, que o excluiu do movimento.
Luanda fervia.
Rosa Coutinho, que desempenhava as funções de Presidente da Junta Governativa e Alto-Comissário desde Novembro de 1974, regressou a Lisboa faz hoje 39 anos. Foi substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso.
A Emissora Oficial de Angola (EOA) não quis divulgar um comunicado da FNLA e a FNLA assaltou a estação, a 25 de Janeiro de 1975. O comunicado fazia graves acusações ao Governo e à Junta Governativa e Hendrick Vaal Neto, à frente de uma força armada, irrompeu pela pela EOA, paralizando-a e destruindo algum material, para além de agredir o locutor de serviço.   
O comandante Correia Jesuíno, Secretário de Estado da Comunicação Social, fôra o autor do impedimento e a 27 foi dado como desaparecido António Cardoso, locutor e militante do MPLA - supostamente raptado pela FNLA. FNLA que não rejeitou responsabilidades e identificou Cardoso como «não mais que um nó da vasta rede anti-FNLA, à qual pertence, como ele próprio declara». A libertação foi exigida pelo MPLA.
O ambiente em Luanda, como se repara, era tenso mas admitia-se que a libertação de Cardoso «poderia restabelecer a confiança». A 28 de Janeiro de 1975!

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