Vila do Quitexe, entrada do lado de Luanda. O Bar do Rocha, à direita (foto da net)
Aos idos dias 29 de Janeiro de 1975, pelo Uíge angolano, murmurava-se sobre o Governo de Transição, que iria tomar posse a 31, mas sem informação muito actual. Ou (até) credível.
O comandante Almeida e Brito, na véspera, esteve no Comando de Sector, em Carmona, mas, do que lá foi feito, dito ou resolvido, pouco soubemos na guarnição. O alferes Garcia era quem, mais próximo de nós, por vezes nos dava dicas (captadas na messe de oficiais), mas necessariamente com muito recato, mesmo sigiloso.
A imprensa angolana dava conta de iminência de incidentes a 31 de Janeiro, dia da tomada de posse do Governo de Transição. «Agitadores a soldo não se sabe de quem», referia um despacho da ANI, indicando que «andam pelos subúrbios a incitar a população a fazer distúrbios no dia 31».
O MPLA, sobre tal e em comunicado, convidada os seus militantes a denunciar os agitadores e «a não se deixarem arrastar por manobras» que «prejudicassem o movimento».
Jonas Savimbi, em Nova Lisboa, dava conta desses mesmos (ou outros) agitadores e denunciava o perigo de um golpe de Estado em Portugal. Um golpe que, em caso de vitória, poderia levar à denúncia do Acordo do Alvor. «Há inimigos da nossa independência que trabalham dia e noite», disse Jonas Savimbi.
A FNLA fazia chegar a Luanda os militantes que iriam integrar o Governo de Transição, sem se conhecerem os nomes.
- ANI. Agência Nacional de Informação.
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