CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 3 de abril de 2015

3 078 - Serenidade em Carmona e riscos de guerra civil


Carmona! A Rua do Comércio, em 2013 (foto de Lukoki Pindi). A seta destaca a 
Residencial Apolo. Presidentes Costa Gomes e Agostinho Neto (foto de baixo)



A 3 de Abril de 1975, as Forças Armadas Portuguesas «começaram aprestar ao MPLA a mesma assistência ,militar que estavam a prestar aos dois outros movimentos de libertação» - a FNLA e a UNITA. A decisão decorreu das negociações, em Lisboa, entre os presidentes Costa Gomes (Portugal) e Agostinho Neto (MPLA). 
O musseque do Cazenza, na noite da véspera, tinha sido palco de «novas confrontações violentas», entre as tropas deste movimento (FAPLA) e as da FNLA (ELNA). Foram disparadas rajadas de metralhadora para a sede do movimento de Agostinho Neto e ambos trocaram prisioneiros capturados nos incidentes da semana anterior. No Quibaxe «terminaram confrontações violentas» e, cito do Diário de Lisboa, «o ambiente é normal». O mesmo aconteceu no Piri, onde «não chegou a haver tiros».
As duas localidades fica(va)m na estrada do café, a caminho de Carmona - onde aquartelavam os Cavaleiros do Norte e a situação era calma - ao contrário de Luanda, onde «a conjuntura continua tensa» e o MPLA propunha uma cimeira com FNLA e UNITA. A proposta, com carácter de  «urgência», pretendia «definir normas complementares que garantam continuidade pacífica do processo de descolonização»- iniciado em Mombaça continuado no Alvor.
O Cruz e eu continuávamos em Luanda, sem dar conta de todas estas manifestações, e o Alto Comissário e o Colégio Presidencial, face aos acontecimentos, denunciou «manobras de agitadores profissionais, para perturbar o processo de descolonização, através de acções violentas». 
Os riscos de guerra civil, segundo o jornal «Le Soleil». do Senegal, «são grandes» e o seu enviado especial a Luanda admitia mesmo que «se rebentar a guerra entre os três movimentos de libertação, será ainda mas mortífera que a do Biafra e do Catanga reunidas».
Nada animadora perspectiva. Que se viria a confirmar.

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