CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

3 610 - O adeus ao destacamento da Fazenda Luísa Maria

As instalações militares da Fazenda Luísa Maria, onde os Cavaleiros do
 Norte tiveram um Destacamento entre 10 de Junho e 14 de Dezembro de

 1974. Foi a última guarnição portuguesa naquele espaço uíjano 

O alferes João Machado, ladeado pelos furriéis António
 Carlos Letras e José Fernando Melo, do primeiro grupo
 de combate do BCAV. 8423 a estar em Luísa Maria

O dia 14 de Dezembro de 1974, há precisamente 42 anos!!!..., foi sábado e o do adeus militar ao Destacamento da Fazenda Luísa Maria, onde os Cavaleiros do Norte se aquartelaram desde 10 de Junho desse mesmo ano, mal a 2ª. CCAV. 8423 chegou a Aldeia Viçosa e de lá partiu o pelotão comandado pelo alferes miliciano João Machado, de Operações Especiais (Rangers).
Eduardo Bento da Silva,
gerente de Luísa Maria
O processo de retracção do dispositivo militar estava em desenvolvimento, a 1ª. CCAV. 8423 já tinha rodado de Zalala para Vista Alegre (e Ponte do Dange) a 25 de Novembro e a 3ª. CCAV. 8423 da Fazenda Santa Isabel para o Quitexe (a 10). No que aos Cavaleiros do Norte dizia respeito, apenas se expectava a saída do Pelotão de Morteiros 4281, que iria (e foi) para Carmona - «prevista para Janeiro de 1975», como refere o Livro da Unidade.
O Destacamento foi principalmente ocupado por grupos de combate da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Voçoza, mas também lá esteve um da 3ª. CCAV., a de Santa Isabel, comandado pelo alferes miliciano Carlos Silva 
A Fazenda Luísa Maria era de um empresário chamado Patrocínio, mas foi localmente gerida pelo irmão Abílio e, no tempo dos Cavaleiros do Norte, por Eduardo Bento da Silva (foto), que faleceu a 11 de Setembro de 2011 em Condeixa-a-Nova. Tinha um mini-mercado em Taveiro e faria 81 anos a 10 de Outubro seguinte.
«Tive o privilégio de privar com o sr. Eduardo, a sua hospitalidade e da da esposa e filha, julgo que se chamava Lai-Lai», disse Carlos Silva, sublihando que «foram tempos inerquecíveis».

Cavaleiros do Norte do PELREC na Destacamento
 de Luísa Maria: 1º. cabo Hipólito e furriel Viegas
 (atrás), Caixarias, 1º. cabo Ezequiel e Marcos

A Cimeira com os
três Movimentos

Angola por esse tempo expectava sobre a realização da cimeira nos Açores e sabia-se que «não se realizará antes do Natal, como Portugal teria proposto, mas mais próximo do fim do ano ou mesmo no princípio de Janeiro», como referia o Diário de Lisboa.
Notícia do Diário de Lisboa
 de 14 de Dezembro de 1974
O jornal vespertino da capital portuguesa acrescentava, na sua edição de há precisamente 42 anos, que «um dos movimentos já pediu o adiamento» e que uma ilha açoriana seria o local do encontro. Mas ainda não era referida qual. Projectava-se a criação de um Governo Provisório de Coligação para Angola, a integração das forças militares de libertação num só exército e a marcação da data da independência, entre outras questões.
A Cimeira dos Açores não se chegaria a realizar, como se sabe, acontecendo no Hotel Penina, em Alvor, no Algarve, a 10 de Janeiro de 1975 e seguintes.
Aldeia Viçosa vista do polidesportivo do quartel português,
onde esteve a 2ª. CCAV. 8423, vendo-se a Estrada do
 Café, de Luanda para o Quitexe e Carmona

Futebol dos Cavaleiros
de norte a... sul

Os tempos operacionalmente bem mais calmos dos tempos uíjanos de há 42 anos, da parte dos Cavaleiros do Norte, «criaram» mais tempos de lazer, de recreio e de desporto. 
O futebol era um dos «passatempos» preferidos e, para além das renhidas partidas entre pelotões e subunidades, em Aldeia Viçosa jogava-se o futebol de cinco - modalidade antecessora do actual futsal. Era de cinco, ou de sete, a mudar aos cinco e acabar aos dez, fosse lá como fosse, mas o polidesportivo da 2ª. CCAV. 8423 (na foto) era um espaço de vida autêntica na família militar da vila uíjana! 
Ver AQUI
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