CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 27 de maio de 2017

3 775 - O dia da (não) partida da CCS para Angola. Há 43 anos!

Grupo de Cavaleiros do Norte do PELREC no encontro de 1996, há 21
 anos e no dia 1 de Junho: Francisco Madaleno, José Monteiro, Viegas, 

Francisco  Neto, Raúl Caixarias, João Pinto e José Cordeiro
Cavaleiros do Norte em 2010, 36 anos depois da partida
para Angola: Albino Ferreira (falecido a 23 de Janeiro de
2017 e de doença), Viegas, Neto, António e Florêncio 


A 27 de Maio de 1974, há 43 anos!..., saí cedo de casa, aí pelas 6 horas da manhã, e desci ao Cruzeiro, para a boleia do pai do Neto - que nos ia levar a Santa Margarida. Se tudo corresse como estava planeado, ao fim da tarde voaríamos de Lisboa para Luanda.
Não foi assim e, mal chegados ao RC4, ficámos a saber que só partiríamos (a CCS) para Angola no dia 29. 
Monteiro, Neto e Viegas no RC4 e semanas
antes da partida para Angola
As três companhias operacionais partiriam (e partiram) nos dias imediatamente seguintes (30 e 31 de Maio e 1 de Junho), e nesse 27 de Maio de 1974 muitos dos futuros Cavaleiros do Norte da CCS optaram por voltar ao conforto de suas casas, certamente alguns deles a ainda a ponderar a probabilidade de o embarque não se chegar a concretizar. Nessa altura, um dos mais repetidos slogans das manifestações populares era, precisamente, «nem mais um soldado para a guerra» - por estas ou outras palavras.
Não foi o meu caso - que me deixei ficar pelo quartel (para evitar segundas despedidas) e lá esperei os dois dias que nos separaram da partida para Luanda. O Neto, esse escolheu ir laurear o queijo para Lisboa, e foi, juntando-se aos «ccs´s» no dia 29 e já no aeroporto. 
Rosa Coutinho a cumpri-
mentar Jonas Savimbi

A cimeira entre
os movimentos

As notícias do dia davam conta do cessar-fogo na Guiné e da retirada de duas guarnições portuguesas do nordeste de Moçambique. Sobre a Guiné, decorriam negociações em Londres, com o PAIGC.
Angola, que era o que mais interessava, era também motivo de notícia: o ministro Almeida Santos, da Coordenação Inter-Territorial, falou em conferência de imprensa da Assembleia Legislativa (em ordem a «dar-lhe mais capacidade» e eleger novos membros) e da «ocupação de terras pelos colonos», para corrigir «injustiças que possam ter havido na ocupação de terras de outrém».
Um ano depois, em 1975, Jonas Savimbi (presidente da UNITA e na véspera chegado a Luanda) disse que Holden Roberto (da FNLA) se tinha manifestado disponível para a cimeira dos três movimentos de libertação, mas que dias depois daria resposta definitiva.
Savimbi partia nesse dia para Lusaka e, no aeroporto, segundo o Diário de Lisboa, «proferiu cerrado ataque a Rosa Coutinho» (o ex-Alto Comissário), que acusara a UNITA de querer «marginalizar o MPLA».
«Tudo mentira. Um governante português não se pode permitir criar com leviandade divisões no seio dos movimentos de libertação angolanos», disse Jonas Savimbi, acrescentando que «o Governo Português não devia permitir que certos elementos digam coisas que irão perturbar a vontade de nos entendermos, comprometendo as futuras boas relações de Angola com Portugal».


Mário M. Almeida,
atirador de Aldeia
Viçosa
Almeida de Aldeia Viçosa, 
65 anos em Oleiros!

O soldado atirador de Cavalaria Almeida, da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, faz 65 anos a 28 de Maio de 2017. 
Mário Mendes de Almeida é natural de Vale do Orvalho, fregue-
sia de Estreito, no concelho de Oleiros, lá regressou a 10 de Setembro de 1975, concluída a sua (e nossa) jornada africana do Uíge angolano. É o «mordomo» do encontro dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423 de 2017, que vai ocorrer em Setembro e em Oleiros. Pelos seus 65 anos, aqui ficam os nossos parabéns!

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