CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 29 de agosto de 2021

5 536 - A (não) viagem de regresso no navio «Niassa» ! Os insultos civis a militares!

Os furriéis milicianos Viegas e Neto no jardim do Quitexe. Há 46 anos e em Luanda,
foram nomeados para fazer a distribuição dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423
nas camaratas do navio «Niassa» que nos traria para Lisboa. Mas viemos de avião! 
O navio «Niassa», no qual o BCAV. 8423 esteve para
regressar a Portugal. Há 46 anos! Afinal, viajámos
 em aviões dos TAM, companhia a companhia e
em 4 viagens de Luanda a Lisboa


O capitão António Martins de Oliveira era oficial do SGE e comandante da CCS do BCAV. 8423. Tinha aquela «graça», pouco agradável, de «simpatizar» com os furriéis Neto e Viegas, a quem chamava judeus, por serem de Águeda.
E fôra de Águeda, da então Escola Central de Sargentos (futuro Instituto Superior Militar e agora Pólo da Universidade de Aveiro), que ele saiu em 1974, mobilizado para Angola e para comandar a CCS. 
Passou a jornada africana do nortenho Uíge de Angola a implicar connosco e, há 46 anos, em vésperas do então anunciada viagem de regresso a Portugal, nos destacar para, com outros (o 1º. sargento Luzia foi quem nos foi «abrir» a porta ) irmos ao navio «Niassa» (foto), que estava no porto de Luanda, fazer a distribuição do pessoal que, do BCAV. 8423, partiria de Luanda para Lisboa, a 8 de Setembro de 1975. 
E lá fomos! Numa altura em que o seu pessoal estava de greve!|
Isto aconteceu nos últimos dias de Agosto e não gostámos muito da incumbência e ainda menos do barco! Mas tinha de ser e, com alguém do «Niassa» (não me lembro bem como), ainda por lá andámos as ver porões e camaratas, cheios de papéis e de nomes na mão, para desarriscar do rol. 
Felizmente, a coisa deu para virmos de avião dos TAM (Transportes Aéreos Militares) e, quando o soubemos, só não pusemos foguetes por não os termos. Entre 8/9 horas de avião e 9/10 dias de barco, não era preciso vir o diabo escolher. Quem por nós decidira, decidira muito bem! 
O Machado (que ontem fez 69 aninhos, festejados na sua casa de Braga) também por lá esteve connosco numa das idas e, nessa, guiava um jeep militar.  Decidimos ir almoçar para a Mutamba e metemo-nos ao trânsito da cidade. Que não era tão fluído assim e nos «enrascou». Melhor dizendo, «enrascou» o Machado - que se viu em palpos de aranha para fazer uma manobra, por falta de «bracagem» da viatura. Íamos fardados e fomos brindados com uma monumental assobiadela e um rol de nomes bem pouco simpáticos.
A comunidade civil, na verdade - ainda que injustamente... -, andava revoltada com a tropa portuguesa, não poupava quem visse de farda e insultava. Foram assim muitos dos nossos últimos dias de Angola, em Agosto e até 8 de Setembro de 1975. 
Manuel Vilaça,
apontador de 

morteiros de Zalala

Vilaça de Zalala, 69
anos em Famalicão !

O soldado Manuel Joaquim Vilaça da Silva, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 29 de Agosto de 2021.
Apontador de morteiros dos «zalalas» do BCAV. 8423, integrou o grupo de combate comandado pelo alferes miliciano Pedro Rosa e regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua natal Barroca, povoação da  freguesia de Outriz, em Vila Nova de Famalicão.
Lá continua a morar, agora já aposentado, e é frequentador permanente dos encontros dos «zalalas» do capitão miliciano Davide Castro Dias. Para lá e para ele, vai o nosso abraço de parabéns! 
Carlos Costa, de
Zalala, o Alfama

Costa, o Alfama de Zalala,
faria 69 anos. Morreu em 2015!

O soldado Carlos Alberto dos Santos Costa, da mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, faria 69 anos a 29 de Agosto de 2020. Faleceu a 24 de Abril de 2015.
Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423 e especialista de transmissões, por lá era conhecido e muito mais popularizado como Alfama - da lisboeta Alfama era ele -, regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua casa da avenida 24 de Julho, na freguesia de Santos, em Lisboa.
O pouco que sabemos dele é de informação do furriel João Dias, seu superior hierárquico por terras angolanas: vivia em Azeitão, no concelho de Setúbal, onde faleceu há pouco mais de 6 anos. Supostamente, de doença.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!! 

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