CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

7 091 - Os últimos aspectos a rendição do BC12 de Carmona! O tenente Mora e o furriel Nascimento!

Quitexe, a 24 de Setembro de 2019. A secretaria da CCS e casa dos furriéis (telhado avermelhado
escuro, frente ao segundo e terceiro candeeiros, do lado direito), messe de oficiais (telhado
cinzento e em bico) e, mais ao fundo, sempre do lado direito, a messe e bar de sargentos

O tenente João Mora, à esquerda, e os furriéis milicianos
Neto e Viegas, na avenida do Quitexe e em 1974)


A 27 de Fevereiro de 1975, uma quarta-feira de há 48 anos, o tenente-coronel Carlos Almeida e Brito, oficial de Cavalaria e comandante do BCAV. 8423, voltou a Carmona e à Zona Militar Norte (ZMN) no dia 27 de Fevereiro de 1975, uma vez mais para «ultimar os aspectos da rendição do BC12». Tal qual, de resto, acontecera a 19, a 20, a 25 e a 26 (quando, de vez, foi definida a rotação) e depois, a 28.
Os Cavaleiros do Norte da CCS, no Quitexe aquartelada desde o dia 6 de Junho de 1974, seriam os primeiros a rodar, seria a 2 de Março (o domingo seguinte) e em Aldeia Viçosa, os companheiros da 2ª. CCAV. 8423 também preparavam malas para a rotação.
O Uíge, por esse tempo, estava minimamente sereno mas era tensa a situação em outros pontos de Angola. Já nem falando de Luanda, onde incidentes eram o  «pão-nosso-de-cada-dia», no Lobito registaram-se confrontações, por causa da greve dos trabalhadores do porto, aparentemente fomentada pela UNITA - segundo a acusação do MPLA, que atribuiu ao movimento de Jonas Savimbi «a manobra divisionista destinada a criar o caos».
«Quem está interessado em fomentar as greves»?, questionava, por sua vez, o movimento de Agostinho Neto, apelando para «a vigilância dos trabalhadores contra as manipulações dos inimigos do povo».
Tenente SGE João
Elóy Mora (1974)

Tenente João Eloy Mora
apresentou-se no RC4 !


O então alferes e futuro tenente Mora, do SGE, apresentou-se no RC4, em Santa Margarida, às 22,30 horas de 27 de Fevereiro de 1974, «por ter sido nomeado para servir no Ultramar, fazendo parte do BCAV. 8423 como adjunto da CCS».
Há 49 anos!
João Eloy Borges da Cunha Mora, era este o seu nome completo, rodava dos Serviços Centrais do Exército, em Lisboa, e imortalizou-se na guarnição do Quitexe como o tenente Palinhas, assim carinhosamente tratado por sempre «exigir» que se lhe batesse a pala, em continência. Não o fizessem os subalternos e fá-lo-ia ele, dando o exemplo e exigindo a palada. Era natural do Pombal, onde nasceu a 30 de Junho de 1926. 
Casado com uma senhora indiana que o acompanhou em Angola, faleceu a 21 de Abril de 1993, aos 67 anos, em Lisboa e de doença. Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!
Os furriéis milicianos José
A. Nascimento, José Lino e
Plácido Jorge Queirós

Furriel José Nascimento, o

vagomestre da 1ª. CCAV. 8423!


O furriel miliciano José António Moreira do Nascimento, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, também se apresentou no RC4 a 27 de Fevereiro de 1974, já lá vão 48 anos.
Vagomestre de especialidade militar, rodava do Regimento de Infantaria nº. 15 (RI 15), em Tomar, e apresentou-se às 11 horas de noite no campo Militar de Santa Margarida e a caminho do seu destino angolano: a mítica Fazenda de Zalala. 
Regressou a Portugal no dia 9 de Setembro de 1975, à sua cidade do Porto natal, freguesia de Campanhã, e, actualmente e desde há já muitos anos, está emigrado nos Estados Unidos.

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