CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 29 de março de 2023

7 121 - Cavaleiros do Norte no Algarve e, há 48 anos, notícias de Luanda muito animadoras !

 

O alferes António Albano Cruz, o 1º. cabo Jacinto Diogo, os filhos, a neta e a dra. Margarida 
Cruz, esposa do alferes e nossa contemporânea no Uíge angolano de 1974 e 1975

Os furriéis Cruz e Viegas na placa ajardinada central
da avenida do Quitexe, em 1974


O tempo de hoje é tempo de o alferes António Albano Criz e a família andarem a «laurearo queijo» por terras do Algarve e por lá «achar» e confraternizar com o o Jacinto Diogo, que em Carmona foi 1º. cabo escriturário da Zona Militar Norte (ZMN).
O Jacinto é agora e desde há muitos anos, na Quarteira, um empreendedor empresário do sector da restauração, fundador e gestor do afamado restaurante/marisqueira «O Jacinto», local de culto da boa gastronomia algarvia - na qual ele e sua esposa capricham e alimenatam farta e exigente clientela.
O que é bom sinal. Muito bom sinal!
É lá que, de ano para ano, se acham regularmente Cavaleiros do Norte, numa espécie de obrigação estipulada pelo RDM da vida civil. Como agora aconteceu com a família Cruz!
Salvé, amigos!!!
Há 48 anos, era sábado de Aleluia de 1975, tempo de Páscoa, mas as notícias das vésperas andavam grávidas de matanças pelos lados de Luanda. Era para lá que, na segunda-feira seguinte, os furriéis Cruz e Viegas tinham viagem de férias programada, mas nem por um momento pensaram adiá-la. Foi mesmo antecipada para Domingo de Páscoa, valha a verdade. E lá fomos!
A jantarada de «despedida» foi no Escape, o restaurante de uma das esquinas da bem  movimentada Rua do Comércio - a dois passos da praça da ZMN, Câmara, Correios e Tribunal da cidade - e, ao tempo, a grande «coqueluche» gastronómica carmoniana, que, na nossa visita de 24 e 25 de Setembro de 2019, achámos encerrado. 
«S´aquela m... der para o torto, logo se vê...», comentou-se no grupo de comensais. Mas a convicção era a de que nada nos atemorizando, nada nos impediria das férias tão laboriosamente expectadas e preparadas e que incluíam uma viagem para o centro/sul de Angola, por terras do Huambo (Nova Lisboa e Silva Porto) e as litorais Lobito e Benguela.
Diário de Lisboa de 29 de Março de 1975:
«A ordem regressa a Luanda», titulava
a 1ª. página
 de há 48 anos!

Notícias de Luanda
muito animadoras !


As notícias desse dia de há 48 anos, chegadas de Luanda, na verdade, até eram animadoras. 
O protocolo de cessar-fogo assinado na véspera estava a resultar e MPLA e FNLA libertaram os prisioneiros, embora não se soubesse se todos. O ambiente de tensão na cidade descomprimia-se, o que era bom, apesar de se manter o recolher obrigatório das 21 horas. As sedes do MPLA e da FNLA estavam fortemente guardadas, não fosse o diabo tecê-las. A do MPLA, na Vila. Alice, por exemplo, tinha à sua volta «um rigoroso dispositivo de segurança».
A UNITA, de seu lado, assumia uma atitude de (aparente) neutralidade, face aos acontecimento que, de armas na mão, vinham opondo MPLA e FNLA e rejeitando qualquer ligação a esta última (a de presidência de Holden Roberto). Jonas Savimbi, em Dar-es-Salan, rejeitou a ideia de uma guerra civil e embora se aproveitasse das divergências entre os dois movimentos (concorrentes), a verdade é que os exortou a «evitarem por todos os meios a luta fratricida».
Jonas Savimbi anunciou mesmo, a esse tempo de há 41 anos e citamos o Diário de Lisboa de 29 de Março de 1975, «um encontro entre os três presidentes, para tratar de assuntos políticos e nomeadamente das eleições». E. sobre estas, defendeu «um Governo de Coligação, em moldes idênticos aos actual, mesmo depois das eleições».
As declarações do presidente da UNITA não seriam de todo inocentes já que, de algum modo, se aproveitava das diferenças entre MPLA e FNLA para afirmar o seu movimento, insistindo nos perigos de uma guerra civil e considerando que «admitir tal hipótese, é inimigo de Angola».
Mal imaginariam todos os trágicos males que iriam acontecer à terra angolana que se preparava para a independência! 
Raúl Corte Real
R. Corte Real em 1974

Capitão Corte-Real, faz
77 anos em Lisboa !

O capitão miliciano Raúl Corte Real comandou a CCAÇ. 4145, em Vista Alegre, e comemora 77 anos a 29 de Março de 2023.
Os «caçadores» desta Companhia chegaram à vila uíjana no dia 1 de Abril de 1973 e de lá saíram em  Novembro de 1974, sendo substituídos pela 1ª. CCAV. 8423, a dos Cavaleiros do Norte de Zalala e do capitão miliciano Davide Castro Dias.
«Pouco tempo estivemos com o vosso Batalhão, até porque, no último período, Vista Alegre ficou  integrar uma grande operação no Quanza Norte - a Operação Turbilhão - e eu fiquei a comandar a única ZI do Uíge», disse-nos Raul Corte Real, recordando a sua jornada angolana.
Sabemos que mora em Lisboa e para ele vai o nosso abraço de parabéns!

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