CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 1 de outubro de 2016

3 536 - O mês de Outubro de 1974 e 3 importantes acontecimentos

Alferes milicianos dos Cavaleiros do Norte, na entrada da messe de
oficiais de Carmona: Pedrosa de Oliveira (da 3ª. CCAV. 8423), Jaime Ribeiro,
António Albano Cruz, António Manuel Garcia (falecido, de acidente
de viação, a 2/111979) e José Leonel Hermida (todos da CCS)

António Pedro Coelho, de Erra (Coruche) e José Borges
Martins, de Vila Franca de Xira: dois Cavaleiros do Norte
 de Zalala, atiradores de Cavalaria da 1ª. CCAV. 8423, que
hoje festejam 64 anos!

O mês de Outubro de 1974, já lá vão 42 anos!!!..., no âmbito do Batalhão de Cavalaria 8423 - os Cavaleiros do Norte -, estacionado na área operacional do Uíge angolano,  caracterizou-se, segundo o Livro da Unidade, por «três acontecimentos da mais elevada importância». O primeiro, refere o comandante Almeida e Brito, «será o cessar-fogo, não oficial, é certo, mas anunciado publicamente a 15 de Outubro, pela FNLA».
Três sapadores dos Cavaleiros do Norte,
jogadores de futebol: Américo Oliveira,
António Amaral e António Calçada
O segundo, que «afecta fortemente o poderio económico do concelho, foi o início do êxodo maciço dos trabalhadores». O terceiro, «o desarmamento das milícias rurais». Nenhum deles «tocou directamente a vida do BCAV.», embora, quando ao primeiro, «já havia sido obtida uma plataforma de entendimento que levava à paragem de hostilidades entre as NT e a FNLA». Dos três falaremos em datas coincidentes do mês, recuando os 42 anos que nos separam delas.   
A 1 de Outubro de 1974, deverei ter entrado de serviço, depois das férias e era quarta-feira. De Luanda, vinha notícias de multas aos jornais «A Província de Angola» (25 contos) e «O Comércio» )20), por terem publicado um comunicado da Frente de Unidade Angola (FUA), que «punham em causa o legítimo papel das Forças Armadas no processo de descolonização de Angola».
A FUA, movimento então recém-fundado, era presidida pelo engº. Fernando Falcão e, segundo a Comissão Ad-Hoc para a Imprensa, Rádio e Televisão, Teatro e Cinema (a entidade autuante) o comunicado continha «uma descrição falseada do que se passou numa reunião de oficiais, de carácter reservado e sobre a qual já tinha sido difundido um comunicado oficial».
Notícia da chegada a Portugal de ummveleiro  de Luanda,
com refugiados de Angola. Não os citados no post de hoje
A imprensa angolana passou a ter censura prévia, provisoriamente e «até que o processo de democratização retome o curso normal». Tal decisão tinha a ver com notícias (entre outras) sobre a renúncia do Presidente António Spínola, na sequência do 28 de Setembro - substituído por Costa Gomes. Presidente (AS) que, na véspera (27) e em Lisboa, tinha recebido cerca de 30 dirigentes angolanos.
Cabeçalho do jornal, diário, A Província
de Angola - o actual Jornal de Angola
Um ano depois, começava (a 30 de Setembro) a Conferência de Campala, no Uganda, preparada pela Organização de Unidade Africana (OUA), destinada a «examinar o problema angolano e estudar propostas para o solucionar».
A Lisboa chegavam 10 das 18 traineiras que tinham saído de Luanda, rumo a Portugal. As restantes 8 estariam, supunha-se, «a caminho, entre Dakar, Senegal, e o Algarve». Tinham saído de Luanda no dia 4 de Setembro e, destas 10, «5 fundearam na doca de Vilamoura, na Quarteira, e no porto de Olhão». Neste, a traineira José Paulo Jorge Barafusta. Em Vilamoura, a Flor da Ilha, a Mafu, a Marlene e a Cristo Deus.
Ao mesmo tempo soube-se também que «aviões comerciais americanos transportaram mais de 9000 refugiados de Angola para Portugal, desde 7 de Setembro». Estávamos a 30 de Setembro de 1974 e os 34 voos necessários foram feitos por aviões da World Airways e da Transinternatonal Airways.
Há 41 anos e lá pela uíjana Fazenda de Zalala, onde se aquartelava a 1ª. CCAV. 8423, dois Cavaleiros do Norte estavam em festa dos seus jovens 22 anos: os atiradores de Cavalaria António Pedro Coelho e José Borges Martins. Vivem agora, a comemorar 64, em Erra de Coruche (o Coelho) e em Vila Franca de Xira (o Borges, como por lá era conhecido).

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