CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

3 555 - Coutinho com Neto! Uma Angola para 3 Governos?

Horas de leitura, de matar de saudades e alimentar paixões de 4 Cavaleiros
 do Norte de Aldeia Viçosa, todos furriéis milicianos: António Carlos Dias
Letras, José Manuel Cerqueira Costa, António Artur César  
Monteiro 

Guedes (que hoje faz 64 anos; pa-ra-béns!!!...) e José da Silva Gomes
O furriel miliciano Manuel Dinis Dias, mecânico-auto de Zalala (de peito nu).
Faleceu a 20 de Outubro de 2011, de doença e em Lisboa. Há precisamente
5 anos !!! RIP!!! À sua direita e de arma apontada, está o também
furriel miliciano Plácido Jorge Queirós, atirador de Cavalaria

Aos 20 dias de Outubro de 1974, o almirante Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa de Angola, partiu de Luanda para Cazombo, na zona leste e perto do Moxico e da fronteira com a Zâmbia, para se «encontrar, ao que se julga» com Agostinho Neto, presidente do MPLA.
A notícia é do Diário de Lisboa do dia 21 e o facto passou despercebido no Uíge por onde jornadeavam os Cavaleiros do Norte, evidentemente mais preocupados em manter a segurança dos principais itinerários da zona, desenvolvendo, por isso mesmo, «intensa actividade de patrulhamentos».
Manuel Dinis Dias pouco tempo
antes do seu falecimento, há 5 anos!
Um ano depois e com a aproximação do 11 de Novembro, aumentava a nossa expectativa sobre  futuro imediato da Angola por onde os Cavaleiros do Norte (já em Portugal) tinham assumido, de corpo inteiro, as suas responsabilidades operacionais e de soberania portuguesa. «Agudiza-se a situação político-militar», noticiava o Diário de Lisboa, referindo que a Missão da OUA procurava «conciliar os três movimentos»
O Alto-Comissário Leonel Cardoso, em entrevista ao jornal «O Século», admitia que seria possível a independência no dia 11 de Novembro mas «nunca a um só partido». Pelo menos, a dois. Jonas Savimbi, presidente da UNITA,  por seu turno, disse em Nova Lisboa que se não fosse encontrada uma plataforma de entendimento entre os três movimentos, a independência seria declarada por cada um deles, unilateralmente, o que levaria «a dois, se não três Governos e isso será uma tragédia».
Ao tempo, a FNLA estava no Ambriz e foi aqui que o presidente Holden Roberto disse à Missão de Conciliação da OUA que as suas forças esperavam «entrar em Luanda amanhã», dia que seria 21 de Outubro de 1975.
O furriel António Artur Guedes, à direita, em foto
de 2015, no encontro de Salvaterra de Magos. Aqui
 com o também furriel Rafael Ramalho (à esquerda)
e o 1º. cabo José Maria Beato (no meio)
O MPLA desmentia a FNLA e assegurava a defesa da capital, com «apoio das massas populares». Mas a verdade é que o presidente Agostinho Neto, nesse mesmo dia, admitia que «organizações ditas nacionalistas preparam numa invasão de Angola pelo norte». E culpou «determinados responsáveis portugueses, de cuja hesitação e por vezes mesmo colaboração se aproveitaram as mencionadas forças».
A 1ª. página do Diário de Lisboa
de 20 de Outubro de 1975 titula-
va: «Angola não será para
um único movimento»
Portugal, por este tempo de há 41 anos, admita que, segundo círculos próximos do Alto-Comissário, «caso não haja acordo entre os dois campos, possivelmente confiará,a 11 de Novembro, o processo de Angola às Nações Unidas».
O dia 20 de Outubro de 1974, por terras da uíjana Aldeia Viçosa, foi dia dos 22 anos do furriel miliciano António Artur César Monteiro Guedes, atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423. Natural de Silvestre, em Moura Morta, no Peso da Régua, fez carreira nas Brigadas de Trânsito da GNR, tendo-se aposentado com o posto de sargento-mor. É empresário agrícola em Salvaterra de Magos e está ligado a uma empresa de segurança. Pa-ra-béns!!!
O mesmo dia, mas em 2011, foi o do falecimento de Manuel Dinis Dias, furriel miliciano mecânico-auto da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala! Natural de Oliveira do Hospital, fez vida como mecânico na área de Lisboa - cidade onde residia e onde faleceu, vítima de doença. Deixou enlutadas a viúva, Júlia, e a filha Ana Filipa. Hoje, 5 anos depois do seu passamento, aqui o evocamos com saudade e lembrando um bom companheiro da nossa jornada africana do Uíge angolano! RIP!!!

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