CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 7 de outubro de 2016

3542 - Os dias de Angola, a 36 dias da independência!

Cavaleiros do Norte das CCS. Reconhecem-se o Breda (1º. em cima, da 
esquerda para a direita), o Grácio (5º.), Messejana (7º.), alferes Ribeiro (8º.,
 de braços cruzados) e furriel José Pires (10º.). A seguir, Florindo (3º.) e furriel
 Mosteias (5º.). Em baixo, Marques, o Carpinteiro (apoiado nas mãos e à
 frente de Mosteias). Quem ajuda a identificar a malta? 

O furriel miliciano José Fernando Carvalho (à
esquerda) e dois Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV.
8423, a de Santa Isabel. Quem são? Alguém sabe?
O dia 7 de Outubro de 1974, lá pelas bandas do Uíge angolano, não teve acontecimento de especial relevo - continuando a «intensa actividade de patrulhamentos» que assegurava a «liberdade de itinerários».
Era segunda-feira e de Lisboa chegavam notícias dos oficiais que, na Junta de Salvação Nacional, iriam substituir os generais António Spínola e Jaime Silvério Marques, em representação do Exército: o brigadeiro Carlos Fabião e o tenente-coronel de engenharia Lopes Pires. O que nem nos aquecia nem nos arrefecia.
Quitexe, em 1974: furriel José Monteiro, 1º.
cabo Miguel Teixeira,a CCS; e furriéis Armindo
 Reino e João Aldeagas, da 3ª. CCAV. 8423
A Força Aérea também tinha escolhido os substitutos dos generais Diogo Neto e Galvão de Melo: seriam o brigadeiro Miranda e o tenente-coronel Mendes da Silva. A Força Aérea tinha retirado a confiança a Diogo Neto e Galvão de Melo. O que, de igual modo, não nos aquecia nem arrefecia.
Um ano depois e a 36 dias da data da independência, uma terça-feira, fontes militares portuguesas acreditavam, segundo a France Press, que a FNLA e a UNITA «desencadearão uma ofensiva contra as forças do MPLA, antes do acesso á independência».
Os militares portugueses, devido ao facto de o MPLA controlar 12 das 16 províncias, não tinham «qualquer dúvida de que os outros dois movimentos tentarão aumentar o seu peso político, melhorando a posição no terreno, entes da independência». A FNLA continuava «a 50 quilómetros de Luanda», do lado nordeste, e, enquanto aguardavam, referia o Diário de Lisboa que «os dois movimentos observam-se».
O («nosso») Uíge continuava fora das notícias do tempo e, de resto, pouco mais se sabia do resto de Angola. Apenas que, em Pereira d´Eça, o MPLA tinha «reocupado o nó rodoviário». Além disso, «nenhum recontro especial se registou a semana passada», registava a imprensa de há 41 anos.
Notícias de Angola no Diário de Lisboa
de 7 de Outubro de 1975. Há 41 anos!
A 36 dias de 11 de Novembro, o dia anunciado para a declaração de independência, «o MPLA prepara(va)-se para assumir todas as responsabilidades» e (...), segundo o Diário de Lisboa, «declarará quase inevitavelmente a independência unilateral do território, que poderá ser transformado num Estado federado com o Governo Central instalado em Luanda».
A principal dúvida do tempo, para o MPLA, continuava a ser «a posição que Portugal assumirá, face a esse previsível declaração de independência». A entrega do problema à ONU era «energicamente repudiado pelo MPLA e por todas as forças progressistas internacionais, recordadas da tragédia que a intervenção dos «capacetes azuis» provocou no Congo ex-Belga», o então Zaire, «nos anos 60». 
O movimento de Agostinho Neto também tinha poucas esperanças numa «intervenção da OUA e da sua delegação que se desloca a Angola».
Há 41 anos e com os Cavaleiros do Norte há já quase um mês nas suas casas, depois de 15 meses de jornada africana, assim ia o processo de  independência de Angola.

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