CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

3 559 - Comandante em Aldeia Viçosa (74), combates no Caxito (1975)....

Cavaleiros do Norte a «desastacar» uma viatura na picada de Zalala: 
furriéis milicianos  João Dias e Plácido Queirós (à frente), alferes 
Carlos Sampaio (sentado) e mais dois militares. Quem são?

O comandante Carlos Almeida e Brito (falecido
 a 20 de Junho de 2003) e o capitão José Paulo
Falcão no encontro de Águeda, em 1975


A 24 de Outubro de 1984, uma quinta-feira, o comandante Almeida e Brito voltou a Aldeia Viçosa, aquartelamento da 2ª. CCAV. 8423 (do capitão miliciano José Manuel Cruz) para mais uma «visita oficial», seguramente para tratar de assuntos operacionais. E acompanhado pelo oficial adjunto, o capitão José Paulo Falcão.
Os capitães milicianos José Manuel Cruz e José Paulo
Fernandes, comandantes da 2ª. CCAV. e da 3ª. CCAV.
8423, com o alferes João Machado (à direita)
Este dia de há precisamente 42 anos foi de notícia sobre a disponibilidade do MPLA, depois do cessar-fogo acordado no Leste, em «fazer parte de um Governo de Transição», como afirmou o presidente Agostinho Neto, dando como certo que «a FNLA e a UNITA também participarão nesse Governo» e também que «os militantes do MPLA passarão da luta militar para a luta política», ao mesmo tempo que se preparava «a integração das FAPLA no exército unificado angolano».
Daniel Chipenda, líder de uma das facções do MPLA, falando em Kinshasa, todavia, insurgiu-se contra «a assinatura do acordo entre o MPLA e os portugueses», argumentando que «Agostinho Neto não tinha o direito de falar em nome de todo o movimento». E avisou as autoridades portuguesas, de que «o cessar-foto assinado por Agostinho Neto só será respeitado pelas forças que o reconhecem como seu chefe». Não era o seu caso. 
O brigadeiro Ferreira de Macedo, no mesmo dia e em declarações ao jornal «A Província de Angola», esclareceu que «não houve colaboração da UNITA com as Forças Armadas Portuguesas antes do 25 de Abril». «Houve sim - afirmou o oficial português, governador do Moxico e comandante militar da Zona Leste - da parte das Forças Armadas e do Governo tentativa para estabelecer negociações com aquele movimento de libertação, que conduzissem a um cessar-fogo, o que aconteceu depois do 25 de Abril».
Um ano depois e a 17 dias da data anunciada para a independência (11 de Novembro de 1974), o MPLA apelava à mobilização de homens «entre os 18 e os 35 anos» para combater «a invasão estrangeira, a soldo do imperialismo, que se processa em várias frentes». O MPLA «conserva(va) a cintura defensiva em torno de Luanda» e, segundo um membro do Comité Central, «prepara(va) o contra-ataque».
O Diário de Luanda de 24 de Outubro
de 1975 referia que faltavam 17 dias
para a independência de Angola. A
imagem indica a ligação ao MPLA
Os combates desenrolavam-se na zona entre Quifandongo e Salassembas, Porto Quipiri e Morro da Cal e, na zona de Luanda, foi anunciada «a libertação das áreas de Quizondo e Zemba, de onde os mercenários da FNLA forma expulsos».
O Uíge continuava fora das notícias da imprensa e a memória faz-me chegar a Outubro de 1975, quando, já em Portugal, eu mesmo não desperdiçava (à saída do trabalho) a leitura da imprensa da tarde, em busca de noticias das terras que foram espaço da jornada africana dos Cavaleiros do Norte em Angola.
A Frente Sul continuava em situação «mantém(tinha)-se grave». O MPLA denunciava «as forças o«invasoras, constituída por mercenários recrutados na África do Sul pelo traidor Daniel Chipenda e por forças regulares daquele país». Já tinham ultrapassado Chíbia (antiga General João Machado) e aproximavam-se de Sá da Bandeira.
As FAPLA «efectuaram um recuo estratégico para garantirem a defesa da cidade» e, segundo o Diário de Lisboa, «este avanço sobre Sá da Bandeira», era opinião corrente, «poderá vir a transformar-se num a ratoeira para os agressores, que poderão ser cercados e privados das suas fontes de abastecimento, que residem totalmente em  território administrado pela África do Sul, na Namíbia»
Ia assim Angola, a menos de 3 semanas do dia da independência! Faltavam 17 dias!

Sem comentários:

Enviar um comentário