CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

3 563 - Rotações nos Cavaleiros do Norte, Angola a 14 dias da independência

Cavaleiros do Norte na consoada de Natal de 1974. Furriéis milicianos
 Rocha (de bigode), José Carlos Pereira da Fonseca (de bigode e que
hoje faz 65 anos), Viegas, Belo (de óculos) e Ribeiro. De costas, Monteiro,
Cândido Pires, Machado e Brogueira Dias, todos da CCS, no Quitexe


Quatro Cavaleiros do Norte no Quitexe, da enferma-ria:
NN, NN e 1ºs. cabos Victor Florindo e Alfredo Coelho
(Buraquinho). Alguém identifica os desnomeados?
O desarmamento das milícias da ZA dos Cavaleiros do Norte concluiu-se a 28 de Outubro de 1974, felizmente sem problemas. E voluntariamente. Há precisamente 42 anos! A rotação da 3ª. CCAV. 8423, no âmbito da «remodelação do dispositivo militar», como se lê no Livro da Unidade, «está(ava) prevista, a curto prazo», para o Quitexe, o que, concomitantemente com as saídas da 1ª. CCAV. 8423, CCAÇ. 209/RI 21 e CCAÇ. 4145 (já aqui faladas), «produzirá o abandono, por parte da autoridade militar, das Fazendas Zalala, Santa Isabel e Liberato».
A Estrada do Café (actual) na saida do Quitexe
para Carmona (agora cidade de Uíge). 
As três fazendas desde 1961 que «estavam militarmente ocupadas» e, agora, a de Zalala pela a 1ª. CCAV. 8423 (que iria rodar para Vista Alegre e Ponte do Dange) e a de Santa Isabel pela 3ª. CCAV. 8433 (que iria para o  Quitexe).
Um ano depois, relatava o Diário de Luanda que «a situação está praticamente estacionária» no campo político-militar e que «no triângulo Libongos/Caxito/Barra do Dande assiste-se neste momento a uma descompressão militar, dado o recuo das forças invasoras para a linha Sassa-Caxito». Apesar disso, relata o jornal que «prossegue o avanço das FAPLA, como objectivo de desobstruir a estrada Caxito/Úcua/Piri, que serve o coração da primeira região político-militar do MPLA».
As chamadas «forças mercenárias», ainda segundo o Diário de Luanda, «incapazes de prosseguir a sua ofensiva, lançam agora «raides» a partir de Ambriz, para defenderem o material pesado e as unidades que se encontram o terreno de luta».
Chamada da 1ª. página do Diário
de Lisboa de 28 de Outubro de 1975
Ao centro, as FAPLA avançavam sobre o Huambo (Nova Lisboa) e «após violentos combates, foi tomada a cidade de Cela». Na tarde da véspera, «tomaram Luimbale, a 30 kms. de Alto Hama», na estrada Lobito-Nova Lisboa, isolando esta cidade - «onde se vive uma situação desesperada, já que todos os acessos estão cortados e agora nem os produtos agrícolas podem chegar à cidade».
A frente Sul, por seu lado, registava «a presença de mercenários do ELP/UPA/FNLA/UNITA» em Sá da Bandeira (Lubango), mas «agora numa situação difícil, pois estão cercados».
O MPLA «controlava 12 das 16 províncias, incluindo Cabinda» e, falando em Londres, Paulo Jorge, secretário para as Relações Externas do movimento/partido, anunciava que «assumirá o poder e proclamará a independência de Angola em 11 de Novembro, devendo a soberania portuguesa no território cessar na véspera».
Paulo Jorge falava à imprensa e exclui a possibilidade de «uma reconciliação próxima» com a FNLA e a UNITA. Faltavam 14 dias para a independência!

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