CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 6 de dezembro de 2016

3 602 - Santa Isabel e Luísa Maria, 3 Cavaleiros abraçados à chuva!

Cavaleiros do Norte da 3ª. CCAV. 8423, a de Santa Isabel, todos milicianos:
 furriel Graciano Silva (de Lamego) e alferes Luís Pedrosa de Oliveira (de
 Leiria) e, à frente, furriéis Luís Ribeiro Capitão (falecido a 5 de Janeiro, de
doença e em Ourém) e José Fernando Carvalho (do Entroncamento)

A Fazenda Santa Isabel, onde jornadeou a 3ª.
 CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte, entre
11 de Junho e 10 de Dezembro de 1974
Aos seis dias de Dezembro de 1974, o Quitexe preparava-se para receber a 3ª. CCAV. 8423, que desde 11 de Junho jornadeava na Fazenda de Santa Isabel. De lá sairia, definitivamente, no dia 10Os Cavaleiros do Norte de lá riscavam os dias do calendário até saírem e se aquartelarem no Quitexe - vila com óbvias muito melhores condições que as de Santa Isabel. Que, valha a verdade, não eram nada más.
O Destacamento da Fazenda Luísa Maria, onde
se aquartelaram muitos Cavaleiros do Norte
Outro grupo que geria o tempo e já afivelava as malas era o do Destacamento de Luísa Maria, fazenda por onde rodaram vários pelotões dos Cavaleiros do Norte - desde que lá chegou, logo a 10 de Junho de 1974, o grupo de combate da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa, comandado pelo alferes miliciano João Francisco Pereira Machado, de Operações Especiais (Rangers) - agora morador na Amadora mas, ao tempo, um lisboeta de S. Sebastião da Pedreira -, com os furriéis milicianos António Carlos Dias Letras (também dos Rangers e de S. Sebastião, em Setúbal, agora residente em Palmela) e Mário Augusto da Silva Matos (atirador de Cavalaria, natural de Avelãs de Caminho e agora residente em Anadia).

Movimento Democrático
para dividir Angola

Angola por esse tempo de há 42 anos estava optimista quanto ao processo de descolonização. Da parte do MPLA, era Lúcio Lara quem disso dava conta, em conferência de imprensa na sede do movimento presidido por Agostinho Neto, em Luanda, referindo «esta fase da descolonização, até à formação de um Governo de Transição» e precisando que «esse estado de espírito se deve ao facto de a calma estar a regressar ao país». Um senão, porém: «o aparecimento de elementos divisionistas, pretensamente pertencentes ao MPLA, apresentando um indivíduo, de nome Ikuma Imuene, que pretendia trabalhar na mobilização de massas na Lunda».
O Vicente e o Ezequiel, dois Cavaleiros do
 Norte «achados» na Cova da Piedade, a
 3 de Dezembro de 2016
Afinal, disse Lúcio Lara, «tem ligação ao Movimento Democrático para a Divisão de Angola», movimento que o MPLA não reconhecia, nem a FNLA e a UNITA, mesmo o Governo Português. Era, nas palavras do chefe da Delegação em Luanda, um movimento dito democrático mas que era constituído por «elementos divisionistas».
Até no nome se «via». Adiante.
O optimismo dos angolanos assentava, também, ainda segundo o chefe da Delegação do MPLA em Luanda, na «grande compreensão de diversos sectores sociais e económicos, discutindo com o maior interesse não só a situação actual como os métodos possíveis para a solução dos problemas constantes».
O Ezequiel e o Nogueira da Costa,
a 3 de Dezembro de 2016

Trio de Cavaleiros
num abraço à chuva


O último fim de semana foi tempo para inesperado e saboroso encontro de três Cavaleiros do Norte, por terras de além-Tejo, em Almada e Coba da Piedade. Registado em imagens.
O Ezequiel Maria Silvestre foi 1º. cabo do PELREC, era de Reconhecimento e Informação, e por lá faz vida, desde que regressou de Angola. No Laranjeiro, já aposentado mas a «fazer uns ganchos para equilibrar a vida». O Vicente José Alves foi condutor e, de regresso à sua terra dos Cucados, em Vila de Rei, teve de correr mundo para ganhar a vida, por muitos anos se fixando por aquelas bandas, a trabalhar na construção civil. Aposentado, voltou a Vila de Rei mas não deixa de regularmente se achar pela Cova da Piedade e Almada, Amora e Seixal.
Voltou lá no sábado e, zás..., toca de ligar ao Nogueira da Costa, que também foi condutor mas da CCÇ. 209/RI 21, a do Liberato. Nabantino de nascença, foi ainda criança para Angola e foi parar ao Liberato, à companhia adida do BCAV. 8423.
O trio juntou-se ao fim da tarde sábado (dia 3 de Dezembro), de resto bem chuvosa, e confraternizou sobre as memórias da jornada africana do Uíge Angolano. Continências para eles.  

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