CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

3 623 - A (não) cimeira angolana e o reencontro de 2 «transmissões»

Grupo de Cavaleiros do Norte na parada do Quitexe: 1º. cabo José Gomes (à civil), NN e Couto
 Soares. Depois, Humberto Zambujo, NN e  JoséCosta. À frente, 1º. cabo José Mendes, NN (sapador?),
 Joaquim Moreira (o Penafiel, maqueiro) e 1ºs. cabos Alfredo Coelho (Buraquinho) e Luís Oliveira 

Futebol no Quitexe, há 42 anos. De pé, Grácio, José Gomes,
Miguel Teixeira, Botelho (Cubilhas), Miguel (furriel para-
quedista), Gaiteiro e Soares. Em baixo, Esmoriz (?, sapador),
Mosteias (furriel sapador), NN, Monteiro (furriel Ranger)
e Domingos Teixeira (estofador)


Aos 27 dias do mês de Dezembro de 1974, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 faziam as oitavas do Natal - bem feliz, apesar de muito cheio de saudades e de enorme nostalgia - e preparavam-se para a passagem do ano - a primeira que viviam fora de casa, a primeira e única em terras de África.
O tempo, além dos serviços de ordem, era passado em várias actividades «em convívio fraterno e de paz».
Notícia da primeira página do Diário de Lisboa de 27
 de Dezembro de 1974 sobre a cimeira angolana
 Os jogos de mesa animavam as tardes/noites e o futebol atraía «multidões» ao modesto campo da vila, para animados despiques.

Cimeira angolana
ainda sem data

Angola continuava expectante quanto à cimeira dos três movimentos com Portugal - andava-se e não se andava -, mas estava iminente um encontro de líderes do MPLA, da FNLA e da UNITA. Era essa, pelo menos, a ideia sugerida pelo presidente Jonas Savimbi depois de, em Lusaka, se encontrar com o presidente Agostinho Neto. 
A Luanda regressara na véspera a delegação portuguesa que, em Kinshasa, conferenciara com dirigentes da FNLA, incluindo o presidente Holden Roberto. E declaram (os portugueses) terem sido «bastante positivas as conversações», sublinhando mesmo que «tudo se conjuga para que a cimeira entre o Governo Português e os movimentos de libertação seja o mais breve possível».
O Presidente da República, Costa Gomes, em Lisboa e através de comunicado, negava que a cimeira estivesse marcada para 3 de Janeiro, assim desmentindo «um jornal diário de hoje», dia 27 de Dezembro de 1974.
«A notícia carece de fundamento», sublinhava o documento de Costa Gomes, sublinhando que «no presente momento, toda e qualquer informação sobre o assunto é prematura, nomeadamente quanto a datas e locais» e que, por outro lado, «a eventualidade de um conferência desse tipo não está afastada, bem pelo contrário, enquadra-se naturalmente no processo de descolonização de Angola».
José Rocha e o Celestino Pagaimo, 42 anos
 depois de Carmona, em Matosinhos, em
Dezembro de 2016 

2 transmissões
em Matosinhos

O Pelotão de Morteiros 4281 estava em rotação para Carmona, há precisamente 42 anos, ido do Quitexe - onde contemporanizou com o BCAV. 8423.
A saída começou a 20 de Dezembro de 1974 mas só ficou concluída a 4 de Janeiro de 1975. Agora, 42 anos depois, dois «transmissões» daquele tempo de jornada africana de Angola encontraram-se em Matosinhos: o Celestino Pagaimo, do PM 4281, e o José Rocha, do Comando do Sector do Uíge.
Os dois ex-combatentes conheceram-se na especialidade e, até à mobilização para a RMA, estiveram colocados em Abrantes. Lá pelo Uíge, estavam até bem perto: em Quitexe e Carmona. E aqui, nesta cidade, se reencontraram, há 42 anos - quando o Rocha ficou adido aos Cavaleiros do Norte
Agora, com uma mãozinha do Alfredo Coelho (Buraquinho) pelo meio, reencontraram-se em Matosinhos, onde o Rocha - natural de Arouca - explora um café. O Pagaimo é reformado da GNR e mora em Cantanhede.


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