CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

3 615 - Acordo MPLA/UNITA, há 42 anos no Luso angolano!

Cavaleiros do Norte das Transmissões, na parada do Quitexe. De pé, 1º. cabo
 José Mendes, Couto Soares, furriel José Pires, 1º. cabo Luís Alberto Fernan-
des Oliveira (que hoje faz 64 anos, em Vila Real) e José Costa. Em baixo,
NN  (quem é?), Humberto Zambujo e 1º. cabo Jorge Salgueiro

O Alto-Comissário português Rosa Coutinho (de branco) 
 a cumprimentar Jonas Savimbi (de boina, bengala e bar-
ba), na Base Aérea do Luso. À esquerda, de óculos e cami-
sa branca, Agostinho Neto. Entre este e atrás de Rosa Cou-
tinho, Lúcio Lara (de mão direita caída, bigode e pêra)



A 19 de Dezembro de 1974, tempo de uma quinta-feira de há precisamente 42 anos, o acordo entre o MPLA e a UNITA, na véspera, foi a grande notícia do dia político angolano. «Pôr termo a toda a espécie de hostilidades e propaganda que dificultem a colaboração franca e sincera entre as duas organizações», lia-se no primeiro dos 10 pontos acordados.
Os presidentes dos 3 movimentos: Agostinho Neto (do
MPLA), Holden Roberto (FNLA) e Jonas Savimbi )UNITA)
O anúncio foi feito por Lúcio Lara e aos microfones da Emissora Oficial de Angola, no final da conversações da cidade do Luso, que envolveram os presidentes dos dois movimentos: Agostinho Neto (do MPLA) e Jonas Savimbi (da UNITA).
A notícia já era expectada e foi, naturalmente, recebida com satisfação. Porém, no âmbito do grupo de furriéis da CCS dos Cavaleiros do Norte, foi fartamente analisada, sobrando dúvidas sobre a sua exequibilidade. O ponto 8 («estudar as formas práticas de cooperação imediata no plano político e militar») era o que mais «reservas» oferecia à observação analítica dos jovens combatentes, porem ávidos de que tal se concretizasse. E rapidamente.
Outro ponto que nos oferecia dúvidas era o sétimo: «Procurar estabelecer, em conjunto com a FNLA, neste momento crucial da História do nosso povo, uma plataforma política sobre a formação de um Governo de Transição». Quem éramos nós, porém, para nos preocuparmos com os altos desígnios do acordo?
Base Aérea do Luso o tempo português


Encontro do Luso
a dois e a... três

O acordo do Luso envolveu o almirante Rosa Coutinho, Alto-Comissário de Portugal em Angola que, separadamente e por mais de uma vez, reuniu com Agostinho Neto e Jonas Savimbi.
Após o encontro a três, os presidentes de MPLA e UNITA «retiraram-se para uma casa particular, com os elementos das suas comissões políticas, onde concluíram as conversações entre si e assinaram o acordo que depois foi assinado e lido por Lúcio Lara, que também é chefe da Delegação do MPLA em Luanda», reportava o Diário de Lisboa de 19 de Dezembro de 1974.
Após isso, realizou-se uma conferência de imprensa dos dois presidentes, durante a qual o presidente Agostinho Neto confirmou que ainda não estava definido o local e a data da Cimeira, «mas que se realizará depois de 27 de Dezembro, em território não português e numa área geográfica já definida pelos 3 movimentos»
Viria a ser em território português, afinal. Não nos Açores, como se chegou a planear, mas no Hotel Penina, no Alvor, Algarve português.
Rosa Coutinho, de regresso a Luanda ao princípio da noite de 18 de Dezembro de há 42 anos, afirmou «o prazer» de se ter encontrado com os presidentes da UNITA e do MPLA.
António José Cruz (furriel), Luís Alberto Fernandes Oliveira
 (1º. cabo TRMS, que hoje faz 64 anos!), José Santos Pires (fur-
riel), António Gonçalves (condutor) e António Albano Cruz
 (alferes) no encontro de Custóias, a 4 de Junho de 2016

Os 22 anos do
1º. cabo Oliveira

O 1º. cabo Oliveira, das transmissões da CCS do BCAV. 8423, festejou os seus verdes 22 anos no chão enfeitiçado do nosso saudoso Quitexe.  Foi tal a 19 de Dezembro de 1974. Há 42! Hoje, pois, comemora os «sexyyyygenários» 64!
Luís Alberto Fernandes de Oliveira era (e é) natural de Vila Real, cidade a que regressou a 8 de Setembro de 1975, depois da jornada africana de Angola, e onde ainda reside. Fez vida profissional na EDP e está aposentado, em grande forma física (como se pode ver na foto ao lado, de 4 de Junho deste ano, no encontro de Custóias). É, de resto, um dos habituais participantes dos encontros anuais da CCS dos Cavaleiros do Norte. Parabéns!!! 

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