CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

3 624 - O dia de anos que, afinal não é dia de anos do Reino

Consoada natalícia do Quitexe: o furriel Armindo Reino (que hoje faz 65 anos), comandante Almeida e Brito, soldado Armando Silva e capitães José Paulo  Falcão (adjunto do Comandante) e António Oliveira (Comandante da CCS, de costas)

Furriéis dos Cavaleiros do Norte à porta do bar e
 messe de sargentos do Quitexe: Bento, Reino (que
hoje faz 65 anos no seu Sabugal) e Viegas 

O dia 28 de Dezembro de 1951 foi frio, até nevava lá por terras da Beira Interior Norte, distrito da Guarda, quando nasceu Armindo, muito desejado e chorão, filho de um casal de Aldeia do Bispo, nas bandas do Sabugal. Veio a ser o furriel miliciano Reino, de Operações Especiais (os Rangers), destacado na 3ª. CCAV. 8423 dos Cavaleiros do Norte, a da Fazenda Santa Isabel. Era uma sexta-feira! 
Armindo Henriques Reino nos dias de hoje,  em
 Navas Frias, perto de Salamanca, na Espanha
O mundo de há 65 anos, indiferente à felicidade do casal de Aldeia do Bispo, rodava: o inglês Churchill e o americano Truman discutiam a situação no Médio Oriente (até hoje...) e em Paris começou a Conferência dos Seis sobre o Exército Europeu. Que também ainda hoje é uma «químera». Por cá, o Chefe do Estado era o General Craveiro Lopes, que nesse dia visitou o navio-escola «Almirante Saldanha», da Armada Brasileira; e o almirante Ortis de Bettencourt foi nomeado Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas. Portuguesas, claro!
O grande prémio da última lotaria do ano - 2 000 contos! - foi vendida em Lourenço Marques, à casa Sociedade Comercial de Manica e Sofala. A «grande» do Natal tinha sido vendida em Angola.
A extracção decorreu numa sala da Santa Casa do Misericórdia de Lisboa, na «presença das autoridades» e com «uma verdadeira enchente», e depois do pregoeiro Mário Moreira anunciar o número 2 - 6 - 9 - 9 - 5!, o seu colega Manuel Dias Afonso gritou a taluda: doiiiiiis, miiiiiil contooos!
Maria Isabel Serafim recebeu 2 contos do
 Prémio Vale Flor no dia em que nasceu o
 furriel Reino. Tinha salvo 4 crianças de
 morrerem carbonizadas, na Lourinhã

Isabel de 13 anos
salvou 4 do fogo

Maria Isabel Serafim, de 13 anos, em data incerta, salvou 4 crianças de morrerem num fogo na Moita dos Ferreiros, na Lourinhã: uma criança de 2 anos, a Maria da Natividade (que dormia com o berço envolto em chamas); outra de 4, o João Pedro (que deitara fogo à casa); o Zeca, de 3 (que brincava dentro dela); e a irmã deste, de 13 anos, que dormia num quarto ao lado, abatida pela febre.
Um a um, a Maria Isabel Serafim conseguiu tirar os 4 da casa a arder, de entre as chamas, e levá-los para a sua própria casa - onde, aflita e admirada com a bravura, estava uma sua avó, entrevada.  Depois, preocupada com os parcos haveres da casa que ardia, foi a correr tocar o sino da capelinha da aldeia, a rebate, e começou a acartar água para apagar as chamas, enquanto o povo não chegava.
 Há 65 anos, precisamente no dia em que Armindo Reino veio ao mundo, foi a Lisboa receber o Prémio Vale Flor, dois contos!..., das mãos do Presidente da República.
Aldeia do Bispo de nada disto sabia mas, de boca em boca, andava a notícia da boa nova de Armindo, filho-homem de casal humilde, guardado em casa dos medos dos frios e das doenças de época. Tão guardado do mau tempo e das perigosas febres da época que o pai demorou dias a ir fazer o registo da mimada criança: só a 1 de Janeiro de 1952.
Após a jornada africana de Angola, o furriel miliciano Armindo Henriques regressou a Aldeia do Bispo e seguiu carreira na GNR, de que já está aposentado. E a fazer anos duas vezes por ano! Não é para todos!

Quem expulsa ou é
expulso no MPLA?

A 28 de Dezembro de 1974, com o processo de descolonização em curso, Angola continuava expectante sobre a Cimeira, mas surgia a «jogo», e de novo, o diferendo interno do MPLA, que opunha Agostinho Neto e Daniel Chipenda - que tinha (este) sido expulso do movimento.
Falando em Paris, o encarregado das Relações Exteriores da tendência de Daniel Chipenda, Luís de Azevedo, denunciou o acordo de Agostinho Neto com Jonas Savimbi (no Luso) e censurou o papel de Rosa Coutinho, o Alto Comissário, para a conclusão do dito acordo.
Luís Azevedo, a esse tempo de há 42 anos, estava a realizar uma digressão por várias capitais e, em Paris, afirmou numa  conferência de imprensa que a sua tendência «decidira expulsar o dr. Agostinho Neto do MPLA». Iria continuar a digressão por Bruxelas, seguindo para a Etiópia, Camarões, Senegal e Togo.
O Governo Geral de Angola, em Luanda e relativamente à tendência de Daniel Chipenda, recebia «mensagens de repúdio pela abertura do escritório» da Facção, na capital angolana.
Os Cavaleiros do Norte, pelas bandas do Uíge angolano continuavam «a cumprir uma alta missão, ajudando a construir em paz um novo país de expressão portuguesa».

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