CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

domingo, 30 de julho de 2017

3 838 - Cavaleiros no Estado Maior Unificado, FNLA quer entrar em Luanda!

Cavaleiros do Norte em Aldeia Viçosa: furriel José Fernando Melo, alferes
Jorge Capela e João Machado, tenente-coronel comandante Almeida e Brito
(do BCAV. 8423) e tenente José Manuel Cruz, comandante da 2ª. CCAV. 8423



O capitão José Manuel Cruz e esposa, o comandante Al-
meida e  Brito e o capitão José Paulo Falcão em Águeda,
a 09/09/1995, 20 anos depois da chegada de Angola

A saída dos Cavaleiros do Norte para Luanda estava prevista para 4 de Agosto de 1975, mas acabaria por começar na véspera, quando, de avião, «em duas levas de um DC6 e dois Nordatlas», foram transportadas a CCS (do Quitexe) e a 1ª. CCAV. 8423 (da Fazenda Zalala).
A 30 de Julho do mesmo ano, hoje se fazem 42 anos e no âmbito da prepa-
Os furriéis milicianos Pires (TRMS) e Neto
na rampa da messe do Montanha Pinto
ração da operação de saída, tal foi «comunicado à FNLA»na reunião do Estado Maior Unificado.
Os furriéis milicianos da CCS, nesta altura, já tinham abandonado a messe do Bairro Montanha Pinto e estavam alojados no edifício residencial limítrofe ao BC12, na estrada para Carmona. Dali, já só saíram no domingo seguinte, para o aeroporto e em voo para Luanda.

FNLA disposta a
avançar sobre Luanda

Ao tempo, nessa quarta-feira de Julho de 1975, o presidente Holden Roberto (da FNLA) falando no Ambriz, garantia que «o assalto contra a capital angolana deverá verificar-se nos próximos dias». As forças do movimento (o ELNA) estavam no Caxito e calculava-se que seriam formadas por 8000 homens.
«Procedem neste momento a uma pausa, a um reagrupamento, à instalação de um dispositivo de ataque que deverá levá-los a Luanda», referia um fonte do seu Estado Maior, citada pelo Diário de Lisboa.
As FAPLA, do MPLA, essas «já tinham mostrado a sua capacidade e combatividade (em confrontos anteriores) e contavam também com a população armada», que, segundo certos meios, «deverá opor uma grade resistência», tendo como pontos fortes o Quifandongo e  Cacuaco - para além de terem um maior conhecimento do terreno.
«A atmosfera continua pesada em Luanda, cidade em que os portugueses estão agora a abandonar ao ritmo de 3000 pessoas por dia», noticiava o Diário de Lisboa. No entanto, «não se têm registado incidentes», continuando a FNLA «a resistir no Forte de S. Pedro da Barra», ao redor do qual os ELNA´s «colocaram minas, para evitar o avanço das FAPLA».

Notícias de Angola, a 31 de Julho de
1975, no Diário de Lisboa

6 000 refugiado no
quartel de Malanje

A comunidade civil Carmona foi tendo conhecimento da saída da tropa e movimentou-se no sentido de  poder integrar a coluna militar . Sentia-se «sem receber quaisquer apoios ou segurança» e muitos dedos foram, por esse últimos dias de Julho de 1975, apontados aos Cavaleiros do Norte.
Sem, porém, se registarem incidentes especiais.
Novo Redondo, no Quanza Sul, porém, foi cenário de «graves recontros» entre FNLA e MPLA, na sequência dos quais «dois sargentos e 15 soldados do ELNA se entregaram às FAPLA, também se teriam registado combates no Lobito, mas desconhecia-se o número vítimas».
Em Luanda e na véspera, realizaram-se os funerais dos guerrilheiros do MPLA que foram vítimas do confronto com tropas portuguesas, no Bairro Maria Alice. Tinham atacado as NT pelas costas. Em Malanje, relatava o Diário de Lisboa que «se refugiaram 6000 pessoas no quartel da Forças Armadas Portuguesas».
Emblema da 2ª. CCAV.
8423, de Aldeia Viçosa

Salcedas da 2. CCAV.
faleceu há 11 anos !

João Duarte Salcedas foi 1º. cabo atirador de Cavalaria da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa. Faleceu a 31 de Julho de 2006, aos 59 anos de vida!
Natural de Sítio do Lameiro da Moita, na freguesia de Al-
deia do Carvalho, na Covilhã, lá regressou a 10 de Setem-
bro de 1975, depois de concluir a sua missão militar em Angola e nos Cavaleiros do Norte comandados pelo capitão miliciano José Manuel Cruz.
Desconhecemos a origem da sua morte, ou quaisquer outros factos da sua vida, mas hoje e em sua memória, aqui o recordamos com saudade. RIP!

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