Os dias de Luanda, há 43 anos, eram de serviços de ordem no BIA do Campo Militar do Grafanil (já, porém, bastante aliviados), fazer de malas (que o dia 8 já estava próximo) e «laurear o queijo» pela cidade e praias.
A situação militar continuava tensa, mas parecia que perigo não se adivinhava e por ele passaríamos como que pelos in-
tervalos da chuva. No Caxito, a uns 60 quilómetros a norte - distância que, em
A distância de Luanda ao Caxito, a norte, na ordem dos 60 quilómetros! |
nuavam os combates entre a FNLA e o MPLA, com esta força a levar a melhor e a escorraçar os combatentes do movimento de Holden Roberto (do ELNA), «cercados pelas tropas rivais», que, de acordo com o Diário de Lisboa, «ocupam agora a barragem de Mabubas».
Temia-se que a estação de abastecimento de água a Luanda, no Quifangondo, fosse afectada mas tal não aconteceu. Tal perigo, o de ser ocupada pela FNLA e segundo o DL, estava «temporariamente afastado».
Mais a sul, no distrito do Huambo, no planalto central de Angola, registavam-se combates em Cubal e Ganda, neste caso entre o MPLA e a UNITA - que se reforçou com tropas idas de Nova Lisboa, a capital.
O Uíge estava fora dos circuitos informativos angolanos e de lá nada de sabia, a não ser vagas informações de gente que de lá fugia e se refugiava em Luan-
da. O que se passaria em Carmona, no Quitexe, em Aldeia Viçosa, Vista Alegre, Ponte do Dange e Songo? Apenas sabíamos que era a terra da FNLA.
Assim ia Angola, a apenas 4 dias do regresso a Portugal dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423! A CCS e, sucessivamente, as 3 Companhias operacionais - as de Zalala, Aldeia Viçosa e Santa Isabel!
Notícias do jornal «A Província de Angola» de 4 de Setembro de 1974 - 1ª. página |
e paz no MPLA
As dissidências do MPLA, um ano antes, foram aparentemente sanadas e a 4 de Setembro de 1974, em Kinshasa, Agostinho Neto continuou como presidente do movimento e os líderes das duas «oposições»internas subiram a vice-presidentes: Daniel Chipenda (da Revolta do Leste) e Pinto de Andrade (da Revolta Activa).
O dia foi também o do anúncio da constituição do Governo Provisório de Angola, nele pontificando membros dos movimentos de libertação. Todavia, só foi empossado no dia 12 e «a demora da FNLA e da UNITA a indicarem os nomes» levou mesmo a que, na verdade, tal Governo apenas começasse a funcionar no dia 21 de Outubro, o seguinte.
Por esse tempo de há 44 anos, os Cavaleiros do Norte continuavam em terras uíjanas e «a actividade operacional manteve o ritmo e as orientações do mês anterior, dentro do contexto das determinações superiores».
Os furriéis milicianos Victor Velez e José Nascimento em momento de boa disposição |
Velez, furriel de Zalala, 66
anos em Lisboa !
O furriel miliciano Velez, da 1ª. CCAV. 8423, a de Zalala, festeja 66 anos a 5 de Setembro de 2018 e pelas bandas de Lisboa.
Victor Manuel da Conceição Gregório Velez foi atirador de Cavalaria, especializado na Escola Prática de Cavalaria, em Santarém, e, ao tempo, residia em S. Sebastião da Pedreira, em Lisboa. Onde voltou a 9 de Setembro de 1975. no final da sua jornada africana do Uíge angolano, que o levou por Zalala, Vista Alegre e Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de chegar ao campo Militar do Grafanil, j+á em Agosto de 1975.
Integrava o 3º. Grupo de Combate, comandado pelo alferes Pedro Rosa e com os também furriéis milicianos João Aldeagas e Manuel Pinto. Mora em Lisboa e para ele vai o nosso abraço de parabéns!
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