CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quinta-feira, 6 de setembro de 2018

4 232 - As (quase) despedidas dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423!


Cavaleiros do Norte do Parque-Auto. De pé, NN, NN, NN, Miguel, Gaiteiro e NN. De pé, 1º. cabo Teixeira
 (pintor), NN, 1º. sargento Aires, alferes Cruz (de camisola branca), furriel Morais /de óculos), 1º. cabo Cuba (de
óculos e ais atrás), Celestino (de quico na cabeça), Alves, Canhoto, Miguel e Vicente. De cócoras, 1º. cabo
Marques (Carpinteiro) e Picote. Estarão todos bem identificados? Quem identifica os NN´s?

Trio de condutores da CCS dos Cavaleiros do Norte do
BCAV. 8423: António do Rosário Picote (de Óbidos),
Manuel Gomes Alves (do Fundão) e Alípio Canhoto
Pereira (de Colmeal da Torre, em Belmonte)


Sábado, dia 6 de Setembro de 1975!
Os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 continuam aquartelados no BIA, ao Campo Militar do Gafanil, e fazem a antevéspera do regresso da CCS a Portugal. De avião, abandonada que fôra a via marítima, a do navio «Niassa».
Alguns de nós fazem as derradeiras despedidas das gentes civis que, de algum modo, teriam a ver com as nossas
O furriel Viegas ladeado por Albano Resende,
amigo civil, e o capitão Domingues, que trabalhou
no Comando do Sector do Uíge, em Carmona
raízes. Outros, a maioria, já não sai do aquartelamento e conta as horas que passam até às 6 da manhã do dia 8, a segunda-feira seguinte. A hora de saída para o aeroporto internacional de Luanda. E daqui para Lisboa!
De minha parte (Viegas), já nem consigo achar o amigo civil mais próximo, o Albano Resende - a quem deixara a incumbência de, pelo tempo dos 10 dias da viagem marítima, ir pondo correio meu em Luanda para as pessoas minhas mais próximas, em datas pré-marcadas. No que deu isto? Deu a que, já estando eu em casa, ainda estava a chegar correio meu. Que o Albano Resende, religiosamente e cumprindo o comigo acordado, ia deitando nos Correios de Luanda, sem saber que tinha eu viajado de avião.

Guerra fratricida
entre 3 movimentos

Angola continua devassada de incidentes militares, comba-
tes aqui e acolá, numa permanente guerra fratricida que envolvia os três movimentos de libertação.
O MPLA denunciou «interferências estrangeiras que conti-
nuam a registar-se» e, por outro lado, admite «a possibilida-
de de internacionalização do conflito».
A cidade de Luanda vivia uma calma fictícia, repetiam-se es-
caramuças nas ruas e bairros da cidade, havia recolher obrigatório e faltavam abastecimentos. Nem sempre havia pão na mesa e cada qual se desenrascava como podia. Fossem civis, fossem militares. Enganava-se a fome por vez com meia dúzia de bolachas.
«Foram horas difíceis, quando a comida já não abundava...», comentava, há dias e muito singelamente, o Ângelo Simões Teixeira, que foi soldado de transmissões da 3ª. CCAV. 8423, a da Fazenda Santa Isabel.
Neste quadro, os Cavaleiros do Norte aguardavam a passagem rápida das horas, do fim de semana de 6 e 7 de Setembro de 1975, pois a madrugada de 8 seria a do regresso a Portugal. Regresso da CCS. Nos dias imediatamente seguintes e por esta ordem, a 1ª. CCAV. (a de Zalala, a 9), a 2ª. CCAV. (a de Aldeia Viçosa,. a 10) e a 3ª. CCAV. (a de Santa Isabel, no dia 11). 
Furriel Américo
J. S. Rodrigues.
RIP!!!

Cavaleiros de Zalala reúnem 
em Tomar em luto pelo Rodrigues!

Os Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, a da mítica Fazenda Zalala, vão reunir-se a 8 de Setembro de 2018, o próximo sábado, em Tomar e no restaurante Lodge.

O encontro será este ano fortemente marcado pelo recentíssimo luto da morte do furriel miliciano Américo Joaquim da Silva Ro-
drigues (falecido a 30 de Agosto de 2018), que era um dos grandes entusiastas destas jornadas de convívio e memória da nossa jornada africana do Uíge angolano - onde foi atirador de Cavalaria, por Zalala, Vista Alegre e Ponte do Dange, Songo e Carmona  e louvado vagomestre da Companhia comanda pelo capitão Davide Castro Dias, para que «houve que ser nomeado».
A melhor forma de o homenagear será lembrá-lo com a alegria que ele mesmo não dispensaria neste encontro de memórias e de saudade!
A  «mordomia» preparou o momento para o restaurante Lodge e é formada pelos furriéis milicianos João Custódio Dias (telefone 962551238), Fernando Mota Viana (933201296) e Plácido Jorge Queirós (968020160).

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