CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

5 320 - O calmo Uíge dos Cavaleiros do Norte! O tenso ambiente de Luanda!

 

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423,
todos milicianos: furriéis Queirós e Louro
(atrás) e Victor Costa (que vai fazer 69
anos) e alferes Lains dos Santos

Cavaleiros da Zalala

Há 46 anos, no dia 27 da última segunda-feira de Janeiro de 1975, os Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423, senhores e muito seguros de si mesmos, continuavam acautelando a paz e segurança suficientes para que os movimentos de libertação se instalassem no chão uíjano do norte de Angola e passassem as suas mensagens políticas. 
A tarefa não era nada fácil e acumulavam-se desconfianças entre eles, com algumas escaramuças pelo meio, e, nalguns casos, contra também as Forças Armadas Portuguesas - que mantinham a soberania da terra angolana, enquanto se preparava a posse do Governo de Transição, por este dia de 1975 prevista para o dia 31 de Janeiro seguinte.
O Uíge dos Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 estava, assim, relativamente calmo, mas não era bem assim em Luanda, onde o ambiente era tenso, nas oitavas do assalto à Emissora Oficial de Angola e detenção de António Cardoso, o seu sub-chefe de redacção.
Admitia-se que (ver adiante) a sua libertação «poderia restabelecer a confiança»!
Cavaleiros do Norte de Zalala: Tarciso, 
furriel Nascimento e Almeida

Chipenda a acusar.
FNLA a libertar !

O dia 27 de Janeiro de 1975 foi tempo para Daniel Chipenda dar uma conferência de imprensa no Luso e acusar as autoridades portuguesas de tentarem impedir a sua entrada no país. 
«Fui atacado como um autêntico agente do imperialismo e os meus detractores tentaram impedir que eu contactasse com o nosso povo, a fim de lhe explicar a situação», disse Chipenda, que liderava a Revolta do Leste, facção dissidente do MPLA, que o excluiu do movimento.
Luanda fervia.
O almirante Rosa Coutinho era o presidente da Junta Governativa e Alto-Comissário Português em Angola, desde Novembro de 1974, e regressou a Lisboa faz hoje 46 anos. Foi substituído pelo brigadeiro Silva Cardoso.
A 27 de Janeiro de 1975, a FNLA libertou António Cardoso, sub-chefe de redação da Emissora Oficial de Angola (EOA) e considerado militante do MPLA, que desaparecera durante o assalto à estação.
A FNLA considerava-o «não mais que um nó da vasta rede anti-FNLA, à qual pertence, como ele próprio declara». A libertação tinha sido exigida pelo MPLA e pela UNITA (neste acaso, alegadamente porque a EOA se recusava a fazer a cobertura da chegada de Jonas Savimbi a Nova Lisboa, actual Huambo) e foi entregue, muito combalido, no Comando da Região Militar de Angola.
Victor Costa
em 2019

Victor Costa, furriel de
Zalala, 69 anos em Queluz!

O furriel miliciano Costa, Cavaleiro do Norte da 1ª. CCAV. 8423, festeja 69 anos a 29 de Janeiro de 2021.
Victor Moreira Gomes da Costa, de seu nome completo, foi atirador de Cavalaria  de especialidade militar e jornadeou pela mítica Fazenda Maria João, a de Zalala, e também por Vista Alegre/Ponte do Dange, Songo e Carmona, antes de, a 9 de Setembro de 1975, regressar a Portugal e a Queluz!
Queluz continuou a ser (e é) a sua residência, onde lá fez família e carreira profissional, agora já aposentado e em excelente forma física e espiritual. Para lá e para ele, vão os nossos parabéns! Grande abraço, oh Victor Costa!


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