CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

5 322 - Cavaleiros do Norte em Santa Margarida e no Uíge do norte angolano!

A CCS dos Cavaleiros do Norte voltou ao RC4 e ao Campo Militar de Santa Margarida
para, a 3 de Junho de 2017, realizar o seu encontro anual. Há 47 anos e por estes dias
 de Janeiro, por lá andavam em formação operacional

Cavaleiros do Norte da 1ª. CCAV. 8423, há 47 anos, no 
RC4 e no campo Militar de Santa Margarida, todos
milicianos: furriéis Mota Viana e Eusébio Martins
 (falecido, de doença, a 16/04/2014, em Belmonte),
 alferes João Sampaio e furriel Plácido Queirós  


Aos 29 dias de Janeiro de 1974, um domingo de há 47 anos, os futuros Cavaleiros do Norte do BCAV. 8423 faziam a sua instrução operacional no Campo Militar de Santa Margarida, com exercícios divididos pelo Destacamento do RC4, a mítica Mata do Soares e arredores.
O objectivo, para além das técnicas militares necessárias para jovens combatentes que se preparavam para actuar nas matas de Angola (e lá se sabia o que isso era, ou seria!...), era também «instituir espírito de corpo ao BCAV., 
Os futuros furriéis milicianos Queirós e
Costa (que hoje faz 69 anos) em momento
de «instrução» em Santa Margarida
de modo a que se constituísse um todo coeso, disciplinado e disciplinador».
O envolvimento dos futuros combatentes era muito sério e aplicado, nomeada e principalmente da parte dos futuros atiradores de Cavalaria. 

Conselho Presidencial 
do Governo de Transição

Um ano depois e por terras do Uíge angolano e já com essas técnicas de combate e sobrevivência bem apreendidas - e nalguns casos aplicadas... -, os Cavaleiros do Norte ficaram a saber que, em Nova Lisboa, o presidente da UNITA, Jonas Malheiro Savimbi, anunciou que José N´Dele «será o representante do seu movimento no Conselho Presidencial do Governo de Transição que tomará posse no dia 31 de Janeiro».
José N´Dele era natural de Cabinda (nascido a 13 de Agosto de 1940), tinha 34 anos e era licenciado em Ciências Económicas e Sociais (em Genebra, na Suíça), depois de ter feito os estudos primários no Seminário Menor de Luanda e, em 1961, com 21 anos, ter seguido para o Zaire, onde se alistou na FNLA. Era tesoureiro geral da UNITA e participara na Cimeira do Alvor.
A sua indicação para este alto cargo deixava concluir, confirmando, a posição da UNITA sobre as pretensões da FLEC quanto à independência do Enclave: era parte integrante do território angolano.
José de Assunção Alberto Ndele faleceu a 19 de Abril de 2000, na Suíça e foi sepultado em Cabinda, a 8 de Maio seguinte - depois de homenageado em Luanda, em cerimónia participada pelo presidente José Eduardo dos Santos. Deixou viúva e um filho.
Manuel Pinto e Grenha Lopes, futuros
furriéis milicianos, aqui em santa
Margarida. Há 47 anos! 

População incitada
a fazer distúrbios

A capital Luanda, por esse tempo de 1975, continuava tensa e, segundo a ANI, «agitadores a soldo não se sabe de quem, andam pelos subúrbios a concitar a população a fazer distúrbios no dia 31 de Janeiro, data da posse do Governo de Transição que há-de levar Angola à independência».
O MPLA, em comunicado, apelou aos seus militantes e simpatizantes para «denunciarem os agitadores que consigam identificar» e, por outro lado, aconselhava-os a «não se deixarem arrastar por manobras que só poderão desprestigiar o movimento».
Jonas Savimbi, da UNITA e discursando em Nova Lisboa, também de distanciou destes agitadores e citando «fontes seguras» disse que poderiam estar relacionados com «as forças que se preparam, em Portugal, para um contra-golpe e, quiçá, denunciarem os acordos entre os movimentos de libertação e Portugal».
A FNLA, por seu lado, deu conta que os seus representantes no Governo de Transição iam «chegar a Luanda», mas não revelou os seus nomes.

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