Os furriéis milicianos Viegas e Mosteias, que hoje faria 71 anos e faleceu a 5 de Fevereiro de 2013. Há 10 anos!!! Aqui, à porta do bar e messe de sargentos do Quitexe (1974/75) |
A esse tempo, as 4 subunidades do BCAV. 8423 estavam já todas aquarteladas ao longo da Estrada do Café: a CCS do capitão António Martins de Oliveira e a 3ª. CCAV., do capitão miliciano José Paulo Fernandes (que rodara da Fazenda Santa Isabel), no Quitexe; a 2ª. CCAV., do capitão miliciano José Manuel Cruz, em Aldeia Viçosa, e a 3ª. CCAV. do capitão miliciano Castro Dias em Vista Alegre e Ponte do Dange (ida de Zalala). E foi ao longo desta rodovia de ligação de Luanda
a
Carmona, toda em alcatrão, que foram feitos «constantes patrulhamentos, apeados e auto» e através dos quais se «garantia a nossa presença e a liberdade de itinerários».
Os 2 Luís João Mosteias, O pai e o filho em 1974 |
Não se julgue, porém que foram tempo facilitados. Na verdade, os movimentos emancipalistas, não só não apreciando lá bem esta (nossa) cansativa e perigosa acção operacional «continuaram as suas actividades de politização» e, menos bem adaptados à convivência urbana, vulgarmente de envolviam em escaramuças - o que obrigava a prontas intervenções dos Cavaleiros do Norte, «em situação apaziguadora».
Os viçosos 23 anos do
já pai furriel Mosteias!
O dia 2 de Janeiro de 1975 foi o dos viçosos 23 anos do Mosteias, o único furriel miliciano casado da CCS e sapador de especialidade militar. E já pai, desde 21 de Setembro de 1974.
Companheiro dos bons e inesquecíveis, era dono de especificidades físicas inabituais: muito alto e muito ágil. Praticava pesos e halteres com latas de 5 litros de tintas cheias de cimento e barras de ferro. E era um camaradão.
Um dia, nas noites quentes da borrasca de Carmona, estávamos nós num café da Rua do Ultramar, vamos pensar que era no Leão de Ouro, quando alguns civis, mais jovens, começaram - como era habitual, ao tempo... -, a «baptizar» a tropa com nomes pouco simpáticos. Traidores, cobardes, filhos desta e daquela eram mimos que nos coravam a face e esquentavam a alma. Aguentámos, a beber as nossas Cucas, ou N´Golas, ou Nocais (vá lá agora um homem lembrar-se a marca da cerveja) quando a coisa começou mesmo a aquecer.
pés para o tecto!
Os militares portuguesas tinham rigorosas instruções para «ignorar» as ofensas, a Polícia de Unidade (PU) funcionava exactamente nesse sentido, mas um homem não é de aço.
Estávamos ali naquela de aguentar as provocações, mas já pendurados pelos cabelos, quando o Mosteias, de corpo bem ginasticado e de um só salto, se pôs com as mãos na mesa e os pés junto ao tecto, com as veias a saltarem-lhe do pescoço:
«Um de cada vez!!!?...», desafiou ele, de olhos fixados nos estupefactos civis, que o viam de pés para o ar. E nós, os restantes militares, já em guarda. Para que desse e viesse.
Os momentos foram graves e intensos mas, felizmente, tudo não passou disto, e o Mosteias lá se pôs de pé, a espumar raiva e disposto a partir as costas a meia dúzia deles.
É este mesmo furriel miliciano Mosteias que hoje, dia 2 de Janeiro de 2023, faria 71 anos. Faleceu a 5 de Fevereiro de 2013, há 10 anos de imensa saudade e vítima de doença, quando vivia em Santo André e trabalhava em Sines.
«Um de cada vez!!!?...», desafiou ele, de olhos fixados nos estupefactos civis, que o viam de pés para o ar. E nós, os restantes militares, já em guarda. Para que desse e viesse.
Os momentos foram graves e intensos mas, felizmente, tudo não passou disto, e o Mosteias lá se pôs de pé, a espumar raiva e disposto a partir as costas a meia dúzia deles.
É este mesmo furriel miliciano Mosteias que hoje, dia 2 de Janeiro de 2023, faria 71 anos. Faleceu a 5 de Fevereiro de 2013, há 10 anos de imensa saudade e vítima de doença, quando vivia em Santo André e trabalhava em Sines.
Até um destes dias, pá!!!! RIP!!!
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