CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sábado, 12 de agosto de 2023

7 260 - Calma na cidade de Luanda, há 48 anos, mas... três exércitos e o fogo das armas !


Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a de Aldeia Viçosa: alferes milicianos João Machado e
Domingos Carvalho de Sousa (que hoje faz 71 anos, em Leiria), 1º. sargento Fernando Mendes
Pereira Norte (já falecido) e furriel miliciano Jesuíno Fernandes Pinto (falecido a 3
de Maio de 2017, de doença e em Vila Verde)
Cavaleiros do Norte, 3 furriéis milicianos:
Plácido Queirós, José Lino e JA Nascimento


A terça-feira de 12 de Agosto de 1975 foi tempo, em Angola e segundo relatos da imprensa portuguesa de «reina(r) a calma na cidade de Luanda».
«Os últimos efectivos da FNLA que se encontravam acoitados em S. Pedro da Barra, foram já retirados», sublinhava a notícia, acrescantando que o MPLA «mantém firmemente as suas posições na capital angolana»Há precisamente 46 anos!
O Gabinete do Alto Comissário divulgou um comunicado, dando conta que as Forças Armadas Portuguesas, a pedido da FNLA, tinham evacuado o pessoal do ELNA que estava na cidade: 450 de S. Pedro da Barra (que logo foi ocupado pelas forças portuguesas) e 500 do Bairro do Saneamento (que, no dia 9 de Agosto, saíram por via marítima). Para 12 de Setembro, ficou marcada a saída dos ELNA´s que estavam no Grafanil e integravam as Forças Militares Mistas.
A UNITA «também já retirou» e na véspera «ape-
nas um funcionário se mantinha», mas também ele «preste a retirar para Nova Lisboa».
Luanda, «apesar de ter voltado a calma» contava aos milhares «os candidatos à transferência para outras zonas», onde, reportava  Diário de Lisboa, «a fome espreita»Na capital angolana e contrariamente ao seu se admitia na véspera (em que se sublinha-
va o espectro da fome), «começava a faltar o café, a gasolina e o tabaco», mas, frisava o jornal, «a vida continua a decorrer normalmente, ao passo que, no sul, água se torna rara, a carne é difícil de encontrar e o pão é inexistente».
Mas «ainda não se atingiu o alarme no capítulo do abastecimento alimentar», como sublinhava o Diário de Lisboa. Porém, como nós mesmos testemunhá-
mos, sem quaisquer dúvidas, restaurantes havia que nem sequer abriam portas, por falta, justamente, de... géneros alimentícios.

Três exércitos d´Angola
e o fogo das armas !

Angola, fora de Luanda, continuava a ferro e fogo, com três exércitos em armas: o ELNA (da FNLA), as FAPLA (do MPLA) e as FALA (da UNITA). 
«Quase todas as regiões do país estão em fogo de armas», reportava o Diário de Lisboa de 12 de Agosto de 1975. E apontava o Caxito (a norte de Luanda), em Moçâmedes (no extremo sul) e em Nova Lisboa (no sueste, centro do país). E «aumento de tensão» em Sá da Bandeira.
Os três movimentos de libertação «travam combates sobre combates, procurando alargar a sua zona de influência»: o MPLA a predominar no centro, leste e costa ocidental, a UNITA predominantemente no sul (e cada vez mais próxima da FNLA), a FNLA «bem instalada no norte».
O norte angolano, que era a terra onde os Cavaleiros do Norte tinham jornadeado até uma semana antes e de onde não chegavam notícias.
Alferes Domingos
Carvalho de Sousa

Alferes Carvalho, 71 anos
em Marrazes de Leiria !


O alferes miliciano Domingos Carvalho de Sousa está em festa, neste dia 12 de Agosto de 2023: comemora 71 anos.
Atirador de Cavalaria de especialidade militar e oficial dos Cavaleiros do Norte da 2ª. CCAV. 8423, a sub-unidade de Aldeia Viçosa e do comando do capitão miliciano José Manuel Cruz, regressou a Portugal a 10 de Setembro de 1975. Ao lugar de Marinheiros, freguesia de Marrazes, em Leiria, de onde é natural e onde residia. Ainda hoje lá vive - agora na Travessa do Outeiro do Pomar -, reformado depois de uma vida de trabalho técnico e finalmente na área das vendas, como técnico comercial durante cerca de 20 anos.
Grande e forte abraço para ele, neste dia 12 de Agosto de 2023, em que passa mais um belo dia sua grande sénior da vida. 
Parabéns!
O Picote e o furriel
Viegas no verão de 2012

Picote, condutor da CCS,
faleceu há 5 anos !

O soldado António Rosário Picote, condutor auto-rodas da CCS do BCAV. 8423, faleceu há 5 anos, em Á-dos-Negros, concelho de Óbidos.
O Picote nasceu a 10 de Novembro de 1952 e regressou a Portugal no dia 8 de Setembro de 1975 e, solteiro, teve as setas do amor a assaltar-lhe o coração em 2014, então casando com Celeste Utom, guineense e mãe de dois filhos e de quem, de resto, até adoptou o apelido. A família próxima é que esteve em desacordo com o casamento, mas ele «juntou os trapos» e fez uma grande festa. Tinha 62 anos!
A saúde é que o foi fragilizando, decorrente de imensas complicações hepáticas. «A bebida sempre foi a sua «perdição»..., mas via-se que estava muito feliz. Por se ter reformado, mas acima de tudo por ter, em termos pessoais, concretizado algo que quase ninguém imaginava ainda possível», disse-nos Paulo Capinha.
Hoje o recordamos com saudade. RIP!!!

Sem comentários:

Enviar um comentário