CAVALEIROS DO NORTE!! Batalhão de Cavalaria 8423, última guarnição militar portuguesa nas terras uíjanas de Quitexe, Zalala, Aldeia Viçosa, Santa Isabel, Vista Alegre, Ponte do Dange, Songo e Carmona! Em Angola, anos de 1974 e 1975!

sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

- HÁ 50 ANOS: O incêndio na arrecadação e quartos de oficiais do BCAV. 8423 no Quitexe!

O incêndio do Quitexe de há 50 anos. Repare-se no carro dos bombeiros e no tamanho dos tanques de água, com
 bomba manual accionada por um militar do BCAV 8423 (quem será, alguém o reconhece?). E 
no olhar sorridente 
do alferes miliciano António Garcia. O perigo já tinha passado!

Os bombeiros e a fachada do edifício que ardeu 


O incêndio que a 17 de Janeiro de 1975, há 50 anos, deflagrou nas instalações do BCAV. 8423, as da CCS  e no Quitexe, poderia ter resultado numa verdadeira tragédia.
Felizmente, tal não aconteceu.
«Por motivos que se julgam originários num curto-circuito, ardeu completamente uma das casas onde o BCAV. tinha a arrecadação de material de aquartelamento da CCS e os quartos dos oficiais», relata o livro «História da Unidade», frisando que houve «avultados prejuízos materiais».
O alarme foi dado ao princípio da noite, o edifício situava-se na Estrada do Café (a Rua de Cima da vila do Quitexe, a que ainda hoje liga as cidades de Luanda e Carmona) e rapidamente acorreram os militares, com tudo o que tinham à mão e pudesse combater as chamas.
E combateram.
Na verdade e o mais que puderam, retiraram o que estava no edifício, nomeadamente haveres pessoais de oficiais milicianos dos Cavaleiros do Norte que ali se hospedavam, já que «chegar» às munições e retirá-las era... perigosíssimo e impossível.
Também material de aquartelamento e bens de uso pessoal dos oficiais milicianos da CCS - como se vê na terceira imagem.
«Embora tivesse havido a maior dedicação da parte do pessoal militar, não houve possibilidade de evitar a destruição total do imóvel, por falta de meios adequados a apagar o incêndio, inclusive a própria água», pode ler-se no «História da Unidade».
O material de aquartelamento foi retirado do edifício, para a
Estrada do Café. À direita, está o capitão António Oliveira

Milhares de munições
a estourarem nas chamas!


O combate inicial foi feito pelos Cavaleiros do Norte da CCS e da 3ª. CCAV. 8423 (que no Quitexe já estavam aquartelados) - sob comando do capitão António Oliveira, comandante da CCS - e só mais tarde, e já para o rescaldo, chegou uma pequena força dos Bombeiros de Carmona, menos de meia-dúzia de homens que, de resto, pouco poderiam fazer - tão deficientemente equipados estavam.
Recordamos que a bomba de água era manual e os depósitos transportavam seguramente menos de 1000 litros de água. Como se pode ver na primeira imagem.
O principal problema tinha a ver com o armazenamento de material de guerra no edifício e na memória ainda está o som estridente de muitas munições a estourarem, às centenas, porventura milhares... - o que, grandemente, dificultou a perigosa tarefa dos militares no combate às chamas.
Temeu-se o pior, mas felizmente que, para além dos elevados prejuízos materiais, nada mais se registou de grave - se bemnos lembrarmos, embora não nos esqueçamos do enorme susto vivido naqueles momentos do início da noite de há precisamente 50 anos.

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