As operações na mata do norte de Angola eram sempre encaradas com confiança, é certo, mas também sempre com reservas: não se sabia o que aconteceria quando se pisava o chão de um trilho, eventualmente armadilhado. Ou se se galgava na mata, de peito aberto ao fogo que poderia ser disparado de quaisquer lados que nem víamos, do nenhures que nos metia medo, da emboscada que poderia ser mortal.
Preparávamos-nos para isso!
Mentalmente e fisicamente.
E com os equipamentos necessários.
A foto mostra o Rodrigues, em passo de ir para a mata, com «a casa às costas», para usar a expressão dele mesmo: a arma, as cartucheiras, as granadas, a faca de mato, o cantil e a mochila. Esta, cheiínha como um ovo, com o indispensável para viver esses
dias: a “cozinha” com a ração de combate e a “caserna” - com o poncho para servir de tecto à
chuva e cacimbo das frias noites angolanas.
O resto, evidentemente, era indispensável para a nossa segurança e defesa.
Era deste modo que, mata adentro e por trilhos por onde não passara Jesus Cristo e que, nalguns casos, íamos
desbravando à catanada, que evoluíamos até aos objectivos. Eram sempre dias e
noites tensas, porque não conhecíamos o terreno que palmilhávamos e, por isso, cada avanço poderia ser até metro a metro.
«Tínhamos de ser muito bem ponderados nas atitudes a tomar», lembra o Rodrigues.
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